SS. Thistlegorm
Mar Vermelho - afundamento 05.10.1941
Estreito de Gubal, Entre o recife de Sha’ab Ali e 8 milhas da costa do Sinai - Egito
Posição: lat. 27°48.849´ N e long. 033°55,252´E

Principais naufrágios do Mar Vermelho

Carnatic, Chrisoula K, Dunraven, El Minya, Giannis D, Kimon M, SS.Kingston, Rosalie Moller, Salem Express, Ulyssis, Umbria (Sudão).

Outros naufrágios
Almirante Barroso, Aida, Barge, Blue Bell (Sudão), Carina, Cedar Pride (Jordânia), Jolanda, Numidia, Précontinente II (Sudão).


 

Histórico
Entre 1901 e 1960, armadora inglesa Albyn Line possuíu 18 navios nomeados como “Thistle”, a flor nacional da Escócia (cardo em português). O primeiro Thistledhu (1901 - Thistle preta), Thistelbrae (1928) , Thistledale e Thistlemuir (1941), Thistledowne (1952) e o último Thistelroy (1960 - Thistle vermelho).
O SS. Thistlegorm, (“gorm” é azul em Gálico) foi lançado ao mar em 9 de abril de 1940. Era um cargueiro de 4 porões com 126 metros de comprimento e 4.900 toneladas.
Com a 2ª guerra mundial já se desenrolando, foi armado com uma anti-aérea de 3 polegadas e um canhão montado na popa do navio de 4.7 polegadas reaproveitado da 1ª guerra mundial e de pouca confiança.
Em sua primeira viagem carregou peças de avião e trilhos nos Estados Unidos. Na segunda, embarcou cereais e outros gêneros alimentícios na Argentina e fez uma escala no porto de Santos.



Flor Thistle (Cardo)
 
     

Em setembro de 1941 o Thistlegorm partiu do porto de Glasgow para sua quarta e última viagem.
A bordo estavam preciosos suprimentos para o 8º exército inglês envolvido na operação Crusade, a maior ofensiva lançada pelo general inglês Montgomery contra as tropas do marechal alemão Erwin Rommel na África (Afrika Korps).
Blindados leves, caminhões de vários tipos, veículos de apoio, motocicletas, locomotivas e vagões ferroviários, suplementos médicos, fuzis, geradores elétricos, camas de campanhas, uniformes, além de grande quantidade de explosivos, munições, granadas e minas.
Também estava a bordo um carregamento para a RAF (Real Air Force), com motores, pneus, asas, tanques e demais suplementos suficientes para montagem de um campo de pouso completo.
Para escapar da perigosa rota do Mediterrâneo, dominada pela aviação alemã, foi escolhida a rota mais longa, contornando a África e fazendo uma parada na cidade do Cabo para abastecimento de carvão. O Thistlegorm deveria cruzar o Canal de Suez e atingir Alexandria de forma a atender as necessidades do 8º exercito britânico sediado em Tobruk na Líbia.
No Mar Vermelho o Thistlegorm juntou-se a um comboio de 16 navios que se dirigiam a Alexandria, entre eles o cruzador HMS Carlisle. O comboio ficou detido na região de Sha’ab Ali porque um navio-tanque havia sido danificado por uma mina alemã na entrada do canal de Suez e o comboio teria que esperar até que os destroços fossem limpos.
Até esta data, essas áreas de ancoragens eram consideradas“seguras”, porque as aeronave alemãs não tinha sido capaz de se aventurar tão ao sul a partir de bases aéreas localizadas no Mediterrâneo. Porém, os alemães tinham acabado de dominar o vôo noturno.

 



Dimensões: 126 X 18,29 X 18 metros
Tonelagem bruta: 4.900 toneladas
Construção: 1940, Joseph L Thompson & Sons Sunderland
Tipo: cargueiro a vapor
Máquinas: máquinas tripla expansão 1860 HP, uma hélices, 10.5 nós
Armamento: anti-aérea de 3 pol. e 1 canhão de 4.7 pol.

 
 
 
Caminhões Bedford
 
Motocicletas BSA WDM20
 
Carros de lagarta MK II Bren
 
 
 
1º porão (proa)
 
1º porão (proa)
 
4º porão - explodido (popa)
 

 
O Ataque
No final da noite do dia 5 de outubro decolaram da ilha de Creta, base do segundo esquadrão da Luftwaffe, dois bombardeiros médios Heinkels 111, com o objetivo de patrulhar a costa da Península do Sinai.
Segundo informações da época a patrulha procurava no mar o RMS Queen Mary, convertido em transporte de tropas, e que segundo a espionagem alemã, levava a bordo 1.500 soldados australianos.
O navio não foi encontrado e os aviões, com pouco combustível, já estavam retornando de Creta, quando às 1:30 h do dia 6 de outubro, iluminado pela lua, se depararam por acidente com o comboio ancorado no Estreito de Gobal. Os pilotos escolheram o Thistlegorm como alvo alternativo, sem provavelmente saber da importância de sua carga.
Os bombardeiros sem serem detectados mergulharam sobre o comboio e lançaram bombas de 2000 kg sobre o Thistlegorm. Pelo menos uma das bombas atingiu na popa do navio o porão nº 4, lotado de munição. A bomba e a munição produziram uma tremenda explosão que cortou o cargueiro ao meio, provocando seu afundamento imediato.
O HMS Carlisle, que resgataria os náufragos, estava ancorado a menos de 100 metros do ponto do ataque e foi atingido por estilhaços da explosão. Dos 39 tripulantes, 4 marinheiros e 5 artilheiros da Royal Navy morreram. O Thistlegorm seria seguido por uma lista interminável de perdas da guerra, que em 1940 ainda se iniciava e com isso caiu no esquecimento.
 
 
 
Bombardeiro alemão médio Heinkels 111, que decolaram de Creta (Grécia - Mediterrâneo ) e bombardearam o Thistlegorm
 
A localização
Em março de 1955 o navio oceanográfico Calypso do comandante francês Jacques-Yves Cousteau partiu do porto de Marselhe para a expedição cinematográfica que daria como resultado o filme O Mundo do Silêncio (premiado no festival de cinema de Cannes de 1956).
Durante a expedição Cousteau, utilizando informações de pescadores e equipamentos bastante primitivos localizou o navio, identificado pelo sino que foi retirado (Enciclopédia Cousteu - Vol. 4, página 148 e 176.). A história do navio consta do livro The Living Sea.
Após a visita de Cousteau o navio foi novamente esquecido até que nos anos 1990, utilizando novamente informações de pescadores locais, as equipes de mergulho turístico de Sharm el-Sheikh, localizaram os destroços
e começaram a atuar no local.
 
 
 
Os equipamentos primitivos utilizados pela equipe do Comandante Cousteau a bordo do Calipso para localizar o navio em 1955. Primeiro mergulho no Thistlegorm e a retirada do sino da identificação
 

 

Mergulho - Profundidade: de 18 a 33 metros

O Thistlegorm está pousado na areia em posição de navegação, com o casco integro o final do casario central. O casco está partido na altura do porão nº 3 e nº 4. Seu hélice e leme estão a 33 metros de profundidade e o convés de proa a 18 metros.
Da proa, com a âncora pende uma corrente que leva até a areia. Guinchos, escovéns e cabeços de amarração estão em suas posições característica e ainda íntegros.
Dos lados da estiva do porão nº 1 estão vagões tanque, já com parte do reservatório corroído. O mastro de vante e os quatro paus-de-carga estão caídos sobre a abertura do porão. Na parte mais profunda do porão nº 1 estão restos dos suplementos médicos, caixas de fuzis MK III Lee Enfields, geradores elétricos, peças de aviões, camas de campanhas, uniformes e botas. No nível superior do porão, estão alinhados vários veículos modelo Morris e motocicletas BSA WDM20.

 
Proa
Guincho de proa
Guincho de proa
 
Vagão de boreste
Vagão tanque de bombordo
Pamacanthus imperator
 
O Thistlegorm está pousado na areia em posição de navegação, com o casco integro o final do casario central. O casco está partido na altura do porão nº 3 e nº 4. Seu hélice e leme estão a 33 metros de profundidade e o convés de proa a 18 metros.
Da proa, com a âncora pende uma corrente que leva até a areia. Guinchos, escovéns e cabeços de amarração estão em suas posições característica e ainda íntegros.
Dos lados da estiva do porão nº 1 estão vagões tanque, já com parte do reservatório corroído. O mastro de vante e os quatro paus-de-carga estão caídos sobre a abertura do porão. Na parte mais profunda do porão nº 1 estão restos dos suplementos médicos, caixas de fuzis MK III Lee Enfields, geradores elétricos, peças de aviões, camas de campanhas, uniformes e botas. No nível superior do porão, estão alinhados vários veículos modelo Morris e motocicletas BSA WDM20.
O mastro de vante está caído em direção da popa virado para bombordo.

Dos seus lados do estão os paranaves, estruturas semelhantes a torpedos, utilizados para esticar os cabos que varriam as minas nos navios caça mina.
No convés, dos dois lados da estiva do 2º porão, estão vagões de trem. No primeiro nível do porão Nº 2 estão caminhões Bedford, alguns veículos Morris e dezenas de motocicletas BSA WDM20.
Atrás do porão nº 2 está o que sobrou da ponte de comando completamente desabada, mas que ainda da acesso a algumas cabines.
Entre o resto do casario e a chaminé, atrás da cabine existe o acesso para o 3º porão de entrada mais restrita. O porão que está vazio e através de uma passagem é possivel chegar ao 4º porão que esta aberto devido a explosão. No seguimento, na parte superior do casario está a chaminé.
O navio está seccionado no porão nº 4, onde estavam grande quantidade de explosivos, minas antitanques. No fundo estão caídos dois carros de combate leves MK II Bren de 4.5 ton., muitos pneus e afastado cerca de 20 metros da linha do casco de bombordo e de boreste as locomotivas transportadas pelo navio.
Da secção de popa emergem parte do eixo partido e em torno desse compartimento muita munição para canhões.
No convés de popa, muito adernado para bombordo, estão uma metralhadora antiaérea e o canhão de 4.7 polegadas. Contornando a popa, já no fundo de areia estão o leme e hélice.



SS.
Thistlegorm
Shipwreck - Red Sea - Hurghada
Dimensões: 126 metros / 4.900 toneladas
Construção: 1940
Afundamento 05.10.194

 

 

Aquafundiving - modificado
 
1º porão (proa) caminhões e motocicletas
As Moreia estão presentes em grande número
Canhão de popa de 4.7 pol.
 
Arma anti aérea na popa
Munição dos canhões
Hélice e leme a 33 metros
 
Ver também a matéria do autor Nestor Magalhães sobre o Thistlegorm
 
Faça seu Curso de Mergulho em Naufrágio com quem se dedica a atividade

Treine seus olhos e aproveite mais seus mergulhos


Instrutor: Maurício Carvalho - 35 anos de experiência - Especialidade levada a sério!
 

 

Volta a página do mar vermelho


Coral de fogo
 
s