Carnatic
Mar Vermelho - afundamento 14.09.1869
Golfo de Gubal, Ilha de Shadwan recife de Sha’ab Abu Nuhas - Egito
Posição: lat. 270  34.25' N e long. 330  55.75' E

Principais naufrágios do Mar Vermelho

Chrisoula K, Dunraven, El Minya, Giannis D, Kimon M, SS.Kingston, Rosalie Moller, Salem Express, SS. Thistlegorm, Ulyssis, Umbria (Sudão).

Outros naufrágios
Almirante Barroso, Aida, Barge, Blue Bell (Sudão), Carina, Cedar Pride (Jordânia), Jolanda, Numidia, Précontinente II (Sudão).


 

Histórico
Construído pela Samuda Brother no Reino Unido em madeira sobre ferro, para a companhia Peninsular and Oriental Steam Navigation Company (linha P & O). Seu nome original deveria ser Mysore, porém em seu lançamento foi batizado como Carnatic, nome da região sul da Índia.
Em 1867, o experiente capitão Philip Buton Jones assumiu o comando do navio para servir a rota Suez-Bombay e China. Como não havia o canal de Suez (construído em 09.1869) o porto de Suez servia ao embarque de cargas e passageiros. Em sua última viagem o Carnatic partiu às 10h da manhã do dia 12 de setembro de 1869 de Suez com destino a Bombaim (Índia). Levava a bordo 176 tripulantes, 34 passageiros, e uma carga composta de folhas de cobre, fardos de algodão, correio e 40.000 libras esterlinas em ouro destinada à casa da moeda da Índia.
Durante a travessia do Golfo de Suez o capitão Jones permaneceu na ponte, mantendo uma velocidade de 11 nós em direção ao sul. Às 13 horas do dia 13, o segundo Oficial avistou a frente a ilha de Shadwan. O capitão ordenou um novo curso que permitiria que o navio passasse pela ilha.


Afundamento
Alguns minutos depois foram avistadas à frente ondas, indicando recifes. Foi dada ordem de leme a estibordo e motores a ré, porém a manobra não surtiu efeito e o cliper atingiu o recife de Sha’ab Abu Nuhas onde ficou encalhado. Após inspeção o comandante concluiu que o navio não corria perigo imediato, pós as bombas a funcionar para retirar a água que entrava pela proa e ordenou que passageiros e tripulação permanecessem a bordo.
 
     


Na manhã do dia 14, apesar da maré alta, como o navio permanecia encalhado, o capitão ordenou que fosse atirada ao mar parte da carga de algodão para aliviar o peso. A manobra também não surtiu efeito. Na esperança de que outro navio em rota para o sul pudesse auxiliar o Carnatic o capitão manteve todos a bordo, apesar dos pedido de passageiros para desembarcar na ilha de Shadwan.

 

Dimensões: 89,4 x 11,6 X 7,8 metros
Tonelagem bruta: 1.776 toneladas
Construção: abril de 1863, Samuda Brothers, Inglaterra
Tipo: clipper de propulsão mista (vela e vapor)
Máquinas: 4 cilindros invertidos Humphry’s e Tennant, 2.442 hp, 1
hélices de 3 pás e velocidade de 12 nós.

 
 
Máquinas a vapor do Carnatic, expostas no Museu da Indústria de Londres
   
 
 
A bela proa do Carnatic
 
Ilustração do naufrágio da época
 
 

O balanço do navio sobre os recifes abriram fendas sobre o casco e enfraqueceram a quilha do navio. Na madrugada do dia 14, o nível da água atingiu a sala de caldeira, obrigando ao seu abafamento, o que resultou na perda de energia no navio. Sem as bombas no amanhecer o navio já estava condenado.
O capitão deu ordens de abandonar o navio, quando as primeiras mulheres e crianças deixavam o navio nos escaleres o navio partiu ao meio. A popa do navio foi submergiu imediatamente. A seção de meia nau e proa adernaram para bombordo e submergiu levando passageiros e tripulantes ao fundo.
Os náufragos lutaram na superfície agarrando-se a destroços, nadando até o topo do recife. Posteriormente os escaleres transportaram os sobreviventes até a ilha de Shadwan. Os tripulantes acenderam no topo da ilha uma fogueira que foi avistada pelo vapor S.S. Sumatra que resgatou os sobreviventes. O naufrágio provocou a morte de 5 passageiros e 26 tripulantes. A carga, incluindo as 40.000 libras esterlinas foi recuperada nas semanas seguintes. O capitão Jones foi julgado por negligência e condenado em um tribunal da Inglaterra a suspensão de suas funções por 9 meses, porém nunca mais comandou um navio.




No mesmo recife também naufragaram o Seastar (90 m de profundidade), Giannis D, Krisoula K e o Kimon M.
Fonte: Dive Safari Master
 
 
 
 
Na proa, a entrada do mastro de gurupés
 
Estrutura do convés de proa adernado e sem a cobertura de madeira
 
Estrutura da proa
 

 

Mergulho - Profundidade: de 17 a 27 metros

O Carnatic está posicionado na face norte do recife de Sha’ab Abu Nuh, ao norte da ilha de Shadwan alinhado ao recife pela proa.
O naufrágio está em linha reta e próximo a quilha existe parte do recife de coral. O navio está adernado 45 graus apoiado sobre o casco de bombordo. A parte mais rasa do naufrágio, na borda do casco de boreste, está a 17 metros e a profundidade máxima atinge 27 metros num plato de areia muito branca. As seções de proa e popa são as mais inteiras, já o costado de boreste no centro do navio desmontou sobre os destroços.
A proa ainda mantém a estrutura de ferro que sustentava o convés de madeira. Na sua extremidade, onde ficava a figura de proa (uma figura masculina barbada) está o orifício de encaixe do mastro gurupés, que não mais existe.
Ao longo do convés de proa, existem dois guinchos de cabrestante bastante distintivos e com suas estruturas continuando na primeira coberta. Nos bordos da proa ainda existem alguns turcos. Nessa seção do navio há possibilidade de uma fácil penetração, com bastante luz passando pela estrutura de apoio do convés, cuja cobertura de madeira não mais existe.

 
Guincho de cabrestante de proa
Estrutura do guincho abaixo do convés de proa
Trocador de calor de uma das 4 caldeiras do Carnatic
 
Seguindo-se em direção a área de meia nau, estão dois mastros caídos sobre a areia perpendiculares ao casco, ainda em suas posições originais, apenas com algumas quebras em seu comprimento. Parte do que restou a chaminé, está na areia e já próxima a seção de popa está uma das quatro caldeiras.

Debaixo do costado de meia nau, já colapsado estão duas outras caldeiras e as máquinas. A primeira caldeira está inteira e a estrutura frontal com o trocador de calor pode ser facilmente distinguida. A segunda caldeira principal parece ter explodido. A quarta caldeira (caldeira auxiliar menor), está a frente deste conjunto. Pouco das máquinas está visível.
Na seção de popa ainda existem parte das janelas retangulares e é possível penetrar em vários convéses. No convés superior parte do volante de leme ainda é visível e alguns turcos.
O exterior da popa destaca-se o leme e hélice de três pás e perfil reto (muito primitiva). O interior da popa e da proa e preenchido pelos glas fishes produzindo um bonito efeito.




Carnatic
Shipwreck - Red Sea - Hurghada
Dimensões: 89,4 metros / 1.776 toneladas
Construção: 1863
A
fundamento 14.09.1863

 

 

 

 
 
Convés de popa
Pora com sua hélice reta e leme
Primeira coberta de popa
 
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Coral de fogo
 
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