SS Umbria
Mar Vermelho - afundamento 10.06.1940
Recife de Wingate - Porto Sudão - Sudão
Localização: lat. 19°38'19” N e long. 037°19'38” E

Principais naufrágios do Mar Vermelho

Carnatic, Chrisoula K, Dunraven, El Minya, Giannis D, Kimon M, SS.Kingston, Rosalie Moller, Salem Express, SS. Thistlegorm, Ulyssis.

Outros naufrágios
Almirante Barroso, Aida, Barge, Blue Bell (Sudão), Carina, Cedar Pride (Jordânia), Jolanda, Numidia, Précontinente II (Sudão).


 
Histórico
Este grande navio misto de passageiros e carga, foi construído pelo estaleiro Rieherstieg Schiffswerfte & Maschinenfabrik de Hamburgo, para a companhia alemã Hamburg-Sudamerikanische. Lançado ao mar em 30 de dezembro de 1911 com o nome de Bahia Blanca, podia transportar até 2 mil passageiros e 9.000 toneladas de carga.
Com 154,9 metros de comprimento e deslocamento de 10.076 toneladas, era impulsionado por duas máquinas a vapor de tripla expansão, com uma potência de 848 N.H.P. impulsionando dois hélices, que permitiam atingir uma velocidade de 13 nós. Em agosto de 1914 começou a operar na linha Hamburg-America, fazendo sua viagem inaugural para o Rio da Prata. Quando eclodiu a Primeira Guerra Mundial, o navio se encontrava-se ancorado em Buenos Aires e foi confiscado pelo governo argentino, que ordenou que guardas armados fossem colocados a bordo. Em 16 de abril de 1918 foi vendido ao governo argentino navegando até 1935 como SS Bahia Blanca.
Em 1935 o governo italiano assumiu o navio, para a companhia Flotte Riuniti Cosulich-Lloyde Sabaudo Navigazone Generala (Genova) e rebatizando-o de SS Umbria. Passou também pela companhia Societa Itália. Em 1936 foi vendido para o Lloyde Triestino Societa Anonima de Navigazone (Trieste). Nesse período, a principal função da embarcação era o transporte de tropas, levando vários milhares de soldados e carga para as colônias italianas na África Oriental.
Em maio de 1940, a Itália ainda permanecia neutra, mas sua entrada na Segunda Guerra Mundial já era iminente. O Umbria secretamente transportava um grande carregamento de munições e explosivos com destino a Massawa e Assab na Eritreia, colônia italiana. A maior parte do armamento destinava-se à defesa contra os Aliados e a possível expansão de seus territórios africanos;o resto da carga, destinava-se a Calcutá e outros portos na Ásia.
   
A bordo estavam 360.000 bombas que variavam entre 15 kg e 100 kg, 60 caixas de detonadores, num total de 8.600 toneladas de armas, além de material de construção, principalmente cimento e três carros Fiat 1100 Lunga.
Em 3 de junho de 1940 o Úmbria, partindo da Itália, chegou a Porto Said, no norte do Egito, a entrada do Canal de Suez, foi recarregado com carvão e água, permaneceu retido pelo controle da Real Marinha Inglesa e três dias depois atravessou o Canal de Suez em direção a Eritreia.

Naufrágio
A partir de Suez, o Umbria foi seguido de perto pela corveta HMS Grimsby da Marinha Real Britânica. No dia 9 de junho já em águas do Sudão e próximo a Port Sudan, na posição lat. 19°38'19” N e long. 037°19'38” E o HMS Grimsby ordenou ao capitão da Umbria que ancorasse no recife de Wingate, sob o pretexto de procurar contrabando.
Depois de ter ancorado o navio, o cruzador de batalha da Nova Zelândia HMS Leander se aproximou e 22 homens (incluindo o capitão) embarcaram na Umbria para uma revista e embora nada fosse encontrado, permaneceram a bordo até a manhã seguinte.
Na manhã do dia 10 de junho o capitão da Umbria ouviu pelo rádio a notícia de que a Itália havia declarado guerra as nações aliadas. Decidiu então afundar seu navio para impedir que a carga de armamentos e explosivos fosse confiscada pelos britânicos. A manobra foi feita em sigilo e sem que os Neozelandeses percebessem. Quando a água já inundava os compartimentos mais baixos da embarcação, os comandantes deram ordem de abandonar o navio.
Embora o Umbria, deitado de lado em águas rasas, fosse considerado recuperável, foi decidido pelo abandono, em função do risco que a carga ofereceria em uma operação de resgate.



 

Dimensões: 154,9 X 18,1 X 10,9 metros Sudão
Tonelagem bruta: 9.349 toneladas
Construção: 1911, Rieherstieg Schiffswerfte, Hamburgo
Tipo: paquete misto de passageiros e carga
Máquinas: 2 a vapor de tripla expansão, potência - 848 N.H.P.
Armador: Italia Societa Anonima de Navigazone
Carga: 360.000 bombas, detonadores, material de construção e 3 carros Fiat 1100 Lunga

Umbria adernado junto ao recife
 

Carga de carros - Fiat 1100 Lunga
 
 

 


Mergulho - Profundidade: de 0 a 38 metros

O Umbria esta deitado de boreste a 38 metros ao longo do recife Wingate. Na popa o leme está apoiado na areia a 30 metros, uma das hélices está acima do fundo do mar e a outra está parcialmente enterrada na areia. O convés de popa já caiu e a estiva do 5º porão está aberta.
O casco de bombordo encontra-se quase intacto e a superestrutura apresenta vários decks e corredores. Os restos dos mastros e seus paus de carga estão apoiados no fundo. O mastro principal ficava perto do convés dianteiro, que agora está quebrado e jaz caído sobre a areia no fundo do mar. Ainda resta parte da chaminé.
A área da ponte tem mais danos devido à erosão natural do deck de madeira. Existem várias cabines ao longo dos lados do corredor.
A sala de máquinas, ainda muito escura, pode ser acessada a partir daí. Existem em seu interior dois enormes motores, os dois eixos dos hélice e nas proximidades uma oficina totalmente equipada.
Todas as escotilhas das estivas de porão estão abertas e sem tampa. A penetração nos porões é fácil.
Em um dos compartimentos, encontram-se as bombas aéreas cuidadosamente empilhadas em longas filas, os detonadores, os rolos de cabos elétricos, as caixas de madeira e os recipientes de armazenamento ainda fechados. Há também sacos de cimento que já se solidificaram e hoje são blocos de cimento. Neste porão estão os incríveis Fiat 1100 Lunga, ainda muito reconhecíveis. Na proa estão os guinchos e escovéns. As âncoras, utilizadas antes do naufrágio para parar o navio, podem ser encontradas a cerca de 200 metros da proa do naufrágio.


Shipwreck - Red Sea - Sudão

 

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Coral de fogo
 
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