Eixo,
Rodas, Hélice e leme |
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Eixo, Mancais, Flange, Túnel do Eixo |
Eixo
é uma haste cilíndrica
de metal muito resistente, que transmite um movimento de rotação
da máquina a um equipamento. O eixo que tratamos aqui é o responsável
pela rotação das Rodas de Pás dos vapores ou pelos Hélices. Vapor-de-Rodas: nesses vapores, como as rodas estão posicionadas em cada um dos bordos, o eixo é perpendicular a linha |
de navegação. Este eixo é dito excêntrico, pois, não
está apenas em uma linha, ele é formado por segmentos em "U",
articulados por engrenagens do tipo virabrequim. | Eixo excêntrico de um Vapores-de-Rodas. |
Navios
a hélice: nestas
embarcações o eixo é realmente notado, pois ele se extende
das máquinas até a extremidade da popa, onde está o hélice.
Devido ao comprimento não é viável e prático construir
um o eixo em uma peça única, assim ele é formado por segmentos
unidos por flanges. As flanges são as estruturas nas terminações
de um segmento de eixo. Elas possuem maior diâmetro que o próprio
eixo e uma série de perfurações que permitem unir as duas
peças com parafusos, tornando os vários segmentos do eixo uma peça
única. | Eixo unido por flanges no Themone Stathatos, Fernendo de Noronha. |
Túnel do eixo: para que o eixo não fique exposto, em torno dele e por todo o seu comprimento, existe uma cobertura. Essas coberturas evidenciam o número de eixos existentes. Podem ter um perfil curvo ou reto na parte de cima; como ocorre respectivamente no Tocantins, 1933, Queimada Grande, SP. e Orion, 1915, Bombinhas, SC. |
Os
mancais, que podem estar sobre suportes ou presos ao cavername, eles diminuem o atrito, apoiam e nivelam o eixo. Harlingen, RJ. | Túnel
do eixo do Eleani Stathatos, 1929, Fernando de Noronha.
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Dicas de mergulho |
Na
maioria dos naufrágios, que sofreram algum tipo de trabalho de resgate,
o eixo foi subtraído já que seu metal é da melhor qualidade.
Quando eles existem podem dar importantes dicas. O tamanho das máquinas
é hélices que ajudavam a girar é proporcional a seu diâmetro
externo; existindo tabelas de referência para a relação diâmetro/potência.
Da mesma forma, por estarem firmemente presos a estrutura inferior do navio, seu alinhamento é coincidente com o da seção de popa do navio. Quando o navio desmonta, segui-los indicará a direção da pop, como no Commandante Manoel Lourenço, 1927, Ilha Grande, RJ. | Seguir o eixo garante localizar a popa. |
Quando o eixo e mesmo os mancais são retirados, ainda assim podemos determinar o sentido dos destroços e a direção da popa, já que a intervalos curtos encontramos os apoios dos mancais. Esse procedimento é muito útil quando tentamos chegar na popa desmantelada de naufrágios sem o eixo. Principalmente se a popa está normalmente imersa em águas turvas, como o Velasquez, 1908, Ilha Bela, SP. Muitas vezes, existe na popa a maioria das peças, além de grande quantidade de destroços. Apesar disto, os eixos não são vistos. Nessa situação, é provável que o eixo ainda esteja escondido pelo túnel. Para localizá-lo, junto as máquinas, procure a flange de junção com o eixo e a partir daí sua continuação. |
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Rodas |
As
rodas de pás foram o primeiro sistema de impulsionamento dos navios a vapor.
Podiam ter vários tamanhos e serem movimentadas por tipos
diferentes de máquinas. Embarcações de navegação oceânica contavam sempre com duas rodas posicionadas exatamente a meia-nau, com seu centro ligeiramente acima da linha de navegação. Suas partes fora d'água eram protegidas por uma armação, que geralmente é encontrada caída fora dos destroços. O diâmetro dessas rosas podia medir de modestos quatro metros até mais de 10 metros, nos maiores vapores. Elas eram constituídas por duas armações, com cerca de dois a três metros de afastamento. Entre as armações estavam presas as lâminas que impulsionavam a água. Essas características podem, até hoje, serem vistas no Vapor Bahia, 1887, Ponta de Pedras, PE. As rodas restringiam o calado por onde navegavam os vapores, pois elas ultrapassavam a parte de baixo da quilha. Além disso, a eficiência das rodas de pás variava conforme o estado do mar, perdendo tração em mar grosso e com ondulações. Foram essas deficiências o motivo da substituição pelos hélices a partir de 1845. As máquinas, de vários tipos, ficavam colocadas entre as duas rodas no centro da embarcação. | Grande roda do Vapor Bahia, 1887, Ponta das Pedras, PE. |
Dicas de mergulho |
Através do diâmetro das rodas podemos aferir o tamanho do navio,
verificando sua correta identificação. | Máquinas no centro das rodas do Vapor de Baixo, 18.., Recife PE. |
No entanto, cabe verificar junto ao leme se existe ou não um hélice. Não havendo esse equipamento, podemos estar diante de um naufrágio que tenha sofrido desmanche antes de seu afundamento. Este é o caso do Pirapama, 1889, Recife, PE. O qual foi desmontado antes do reboque que deu fim a sua carreira. Ou as rodas podem ter sido destruídas no fundo como o Salvador, 18.., Jauá, BA. |
Hélice |
A
invenção do hélice, como a conhecemos atualmente, é
atribuída a Smith and Eriksson, que a patentearam em 1835. Os hélices
registrados por Eriksson's apresentavam um projeto mais vantajoso do que
as lâminas das rodas de propulsão. Os hélices foram instaladas
de forma efetiva, primeiramente num navio chamado Archimedes em 1838. Somente
em 1840, o navio Great Britain foi dotado apenas de hélice, em detrimento
ao velame. Começam a substituir as rodas de pás a partir de 1845 -1850, devido ao maior rendimento na navegação, mas ainda assim durante mais de 50 anos os hélices e as velas conviveram nos vapores mistos. |
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A partir do final do século
XIX encontramos hélices compostas por pás destacáveis; este
tipo, é chamado hélice armado. A pá é apoiada sobre
um prato é fixada ao corpo por um conjunto de parafusos e porcas que, além
de facilitar a troca de uma pá quebrada, permitem ajustar o passo do hélice.
| Hélice armado do Velasquez. | Parafusos do hélice armado |
Dicas de mergulho |
Pode
parecer estranho, mas localizar o hélice não significa
necessariamente encontrar a popa. É verdade, que na maioria dos casos é
isto que acontece. Porém devemos considerar dois casos. | Sinal manual para hélice. |
Finalmente, pode tratar-se de um veleiro ou de um vapor de rodas, como é o caso do Pirapama, 1889, Recife, PE. Observe no item Lemes, como será, neste caso, o feitio da popa. Lembre-se que mesmo não havendo o hélice, encontramos na popa o seu arco, a ponta do eixo, o leme e seu volante, que podem confirmar a identificação da popa, mesmo sem o hélice. |
| As Pás de bronze cortadas a maçarico no Comte Manoel Lourenço. |
Quando o hélice
é encontrado podemos ter algumas surpresas. O hélice pode estar
fora do local esperado e em maior número que os eixos existentes. Muitos
navios possuíam hélices reserva e eles podem ser encontrados caídos
no fundo, ou o que é mais freqüente dentro do porão de popa.
Os hélices reservas são muitas vezes de metal e formato diferente
dos que eram utilizados em condições normais. Reboque,
1917, Recife, PE. |
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Leme |
O
leme é basicamente formado por uma peça chata; a porta do leme,
que serve para guiar uma embarcação. Ele está preso ao corpo
do navio por dobradiças do tipo macho/fêmea denominados, governaduras.
O movimento do leme é comandado por uma haste chamada, cana do leme, que
se comunica com uma estrutura chamada de volante do leme. No volante são
presos cabos que transmitem o movimento do timão ao leme. | Leme de veleiro ou vapor de rodas. |
Nos navio mais modernos ele projeta-se logo atrás do hélice. |
Quando o navio possui apenas um hélice possuirá também apenas
um leme. Quando for equipado de dois hélices laterais, normalmente separados
pela porção final da quilha, serão também dois hélices.
Nos grandes navios, como encouraçados, cruzadores e porta-aviões, com três ou mais hélices o leme é geralmente central e de tamanho avantajado. |
Dicas de mergulho |
Como já vimos, a configuração do leme poderá indicar que tipo de navio forma os destroços. Os navios modernos possuem um perfil reto, como no Eleani Stathatos, 1929, Fernando de Noronha, enquanto os veleiros e vapores de rodas possuem um leme de formato clássico, muito longo e arredondado, como o Vapor Bahia, 1887, Ponta de Pedras, PE. |
Eleani
Stathatos O leme caido permite a visão da porta, governaduras e cana do leme. | Vapor
Bahia O leme muito longo de um vapor de rodas. |
Como muitos hélices são roubados ou resgatados pelo valor do metal,
o leme e o volante do leme são muito úteis para identificar a popa
de um naufrágio desmantelado. O leme na maioria das vezes está desmontado
e até enterrado, porém o volante é muito visível sobre
os destroços. O leme é uma das peças mais úteis para identificar o adernamento do navio, procure verificar sua inclinação e será fácil concluir o que ocorreu com os destroços antes do desmantelamento. | Sinal manual para leme. |
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Consulte
nosso guia de estruturas de vapores e conheça mais sobre sua construção
e características, caso deseje identificar as peças pelo visual
utilize o esquema na página de Navios à vapor. |
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