DDica Técnica
Cartas Náuticas
     
Batida de Meio Ciclo | Comunicação Subaquática |Uso da Segunda Fivela | Regra dos Terços
Swivel de 2º estágio | Carta Náutica | Swivel de 1º estágio | Descompressão Fora do Cabo |
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Equilíbrio hidrostático | Nó - Pescador Duplo |
 

As Cartas Náuticas são produzidas pelo Departamento de Hidrografia e Navegação (DHN) da Marinha do Brasil. Elas abrangem todos os corpos de águas navegáveis, dos rios até o limite das águas territoriais. São produzidas em diversas escalas, de acordo com as necessidades de navegação do local. Nos postos de venda autorizados, são feitas atualizações para restrições a navegação, acidentes, balizamento e outros detalhes.
Ao adquirir uma carta com função de pesquisa de naufrágios, procure utilizar cartas de detalhe, que são mais precisas e verificar tanto a data de publicação como de atualização. Em algumas versões, as simbologias de naufrágios deixam de aparecer, por não mais serem considerados um perigo a navegação; por isso, pode não ser o mais interessante utilizar a carta mais nova.
Na biblioteca da Marinha - Rio de Janeiro - está situada também a Mapoteca do SDGM, que inclui das cartas náuticas do período colonial as cartas atuais.
Os naufrágios são normalmente marcados nas cartas náuticas quando, de alguma forma, representam perigos à navegação, embora em algumas situações eles estejam em profundidades que não constituem obstáculos. Nas cartas náuticas existem à posição de inúmeros navios afundados (ditos cascos soçobrados). Essas marcações servem como fonte segura da existência do naufrágio, embora a posição precisa não seja garantida, devido às escalas utilizadas na impressão gráfica.
Para extrair posições mais precisas, procure utilizar, não as cartas gerais, mais as cartas de detalhe.
Apesar dos naufrágios estarem indicados, normalmente não são citados os nomes dos navios indicados; todavia, informações como profundidade mínima e máxima, posição e tipo de fundo podem ser obtidas (Exemplo: Carta 1632, Baía do Sítio Forte - RJ. casco 7 m, indica o Pinguino).
A batimetria indicada na carta náutica sempre representa a menor profundidade que pode ser registrada no local, que corresponde a profundidade durante a maré baixa de sizígia. Deste modo, esteja preparado para encontrar profundidades ligeiramente maiores (as variações dependerão do local), quando executar a leitura no sobre os destroços.

 

 
Símbolos de Naufrágios nas Cartas Náuticas
No atual sistema de sinalização naval, existem quatro formas básicas de representação de cascos soçobrados, que devem ser conhecidos pelos mergulhadores para não só reconhecer os destroços, mas para determinar que tipo de condições deverão ser encontradas.


Navio soçobrado com casco visível

Navio soçobrado com profundidade maior que 18 metros (sem perigo à navegação)

Navio soçobrado com profundidade menor que 18 metros (perigo à navegação)

Navio soçobrado com profundidade conhecida

Ilustração: Maurício Carvalho
 

Símbolos e características de naufrágios em cartas náuticas
 
Navios com o casco visível
Nesta condição estão destroços que podiam ser vistos na superfície, em condições de maré baixa, quando a carta náutica foi produzida.
Isso não significa que o naufrágio ainda esteja nessa situação quando você tentar localiza-lo.

Diversos naufrágios, com o processo de decomposição acelerada desaparecem rapidamente da superfície.
São geralmente naufrágios muito deteriorados pela ação mecânica das ondas, alta taxa de oxigênio, que aumenta a oxidação, variação de temperatura e ação humana retirando partes dos destroços. Normalmente não existem muitas partes para serem vistas; em áreas de areia estão parcialmente ou totalmente cobertos e em áreas de rochas estão muito partidos.

Naufrágio do Galgo - Buzios, RJ.
 
Destroços com profundidade maior que 18 metros
Por não representarem perigo a navegação estão livres da ação de desmanche. Quando esse símbolo aparece sobre áreas de costão, ou junto a praia a profundidade é sensivelmente baixa, impedindo a navegação no local.
Os destroços estão mais conservados devido a menor ação mecânica das ondas, menor taxa de oxigênio, que diminui a oxidação e a um menor número de mergulhadores terem acesso a ele.
A direção da representação na carta não corresponde a disposição dos destroços.
Neste grupo de navios encontramos os destroços mais inteiros e interessantes para mergulhar; porém localiza-los é sensivelmente mais complexo do que no caso anterior, necessitando de técnicas de busca específicas.
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Naufrágio do Sacramento - Salvador, BA.
 
Destroços com profundidade menor que 18 metros
Esses destroços quando não estão localizados junto a um costão ou praia, o que os deixará entre blocos de rocha ou parcialmente enterrados, poderá ter sofrido serviços de desmanche para evitar abalroamento por outras embarcações.
Em alguns casos uma boia de perigo isolado (faixas vermelhas e pretas) pode marcar o local.
Vários desses navios estão em condições muito precárias, mais até do que deveriamos esperar pela ação mecânica das ondas e ação química da água com alto teor de oxigênio. A explicação muitas vezes reside no fato de terem sido alvo de operações de desmanche, com maçarico ou até explosivos.

Naufrágio do Germânia e Cap Frio - Salvador, BA.
 
 
Navio soçobrado com profundidade conhecida
A experiência mostra que os naufrágios que realmente são obstruções a navegação, estão marcados nas cartas náuticas com esta configuração; além da palavra casco ainda existede forma explicita a menor profundidade local, que também está representada pela medição durante a menor maré local.
Alguns dos mais conhecidos destroços do Brasil estão assim representados. A forma da representação, também não corresponde ao formato subaquático dos destroços, porém o tamanho da obstrução guarda uma proporção com o maior comprimento dos destroços.
As condições dos destroços dependerão também da profundidade.
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Naufrágio do Herald - Arraial do Cabo, RJ.
 
  
 


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