DDica Técnica
Regra dos terços
     
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Equilíbrio hidrostático | Nó - Pescador Duplo |
 
 
Quando um mergulhador resolve executar penetrações em naufrágios, ele está se sujeitando a condições de mergulho em gruta. Uma vez que não haverá superfície livre sobre ele, mas sim o teto do naufrágio, ele não mais poderá contar com uma subida livre, no caso de alguma emergência.
Além desta obstrução, o interior de um naufrágio é labiríntico, escuro e pode ter a visibilidade reduzida a zero, caso o fino sedimento depositado seja perturbado por um mergulhador desequilibrado - lembre-se que o equilíbrio hidrostático é técnica fundamental em qualquer mergulho, que dirá em mergulhos técnicos como o naufrágio. Com todos os fatores complicadores do mergulho em naufrágio, não poderíamos empregar o procedimento padrão de utilizar metade do ar para iniciar o mergulho; reservando a outra metade para o retorno a embarcação.
Imagine-se chegando com metade de seu ar gasto na parte mais interna de um naufrágio; e já pronto para retornar, seu parceiro sinaliza que está sem ar, por um defeito no equipamento.
Como a dupla retornaria em segurança, utilizando apenas metade do ar de um cilindro, se foram necessários duas metades para chegar a este ponto dos destroços.
Para evitar situações como esta, é necessário que seja garantida uma certa sobra de ar para o retorno do mergulhador ao exterior dos destroços. Com vistas a prevenir um esgotamento do suprimento de ar no interior do naufrágio, é utilizada pelos mergulhadores de gruta e naufrágio a regra dos terços.
 
 
Na regra dos terços, é preconizado que só seja utilizado um terço do ar disponível para a penetração, reservando-se os dois terços restantes para a saída, assim é garantido tempo para solucionar problemas ocasionais como perda de visibilidade, enganchamento (enrosco) ou defeitos do equipamento.
Analisando o acidente descrito acima, percebemos que se tivesse sido utilizado à regra dos terços, o mergulhador chegaria ao ponto de retorno no interior do naufrágio, com dois terços do ar disponível; caso seu parceiro apresentasse problemas, ele teria um terço do ar para retornar - volume que foi gasto na entrada - e um terço para fornecer a seu parceiro em dificuldades; com isso, estaria garantindo o retorno seguro a água abertas.
Não pense na regra dos terços como um desperdício de ar, pois ela é sua garantia de disponibilidade de ar em águas limitadas por um teto.
Em penetrações muito complexas, com baixa visibilidade, alta profundidade, pontos de estreitamento etc, é comum que esta regra seja expandida para um quarto, um quinto ou ainda menos proporção do ar para a penetração, quanto maior o risco mais conservativo deve ser o mergulho.
O ar remanescente, após a saída do interior do naufrágio, sempre poderá ser gasto com a exploração externa dos destroços, atividade das mais agradáveis.

 
Um bom mergulhador de naufrágio é:
Competente - sabe o que faz.
Experiente - sabe como faz.
Prudente - sabe quando faz.
Que a superfície esteja sempre pronta a ouvir o que o naufrágio tem para contar!
 


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