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DDica
Técnica
Níveis de penetração em naufrágios |
A penetração em naufrágios, apesar de utilizar muito dos conceitos e equipamentos utilizados no mergulho em cavernas; como redundância, regra dos terços e carretilhas, possui muitos aspectos próprios, que devem ser conhecidos pelos mergulhadores para facilitar e aumentar a segurança da técnica. Esse texto, têm o intuito de diferenciar essas duas técnicas, sem contudo, comparar seus níveis de complexidade ou menosprezar uma das técnicas, pois nos dois casos podemos ir de uma penetração simples a uma muito complexa. |
Diferenças marcantes |
I.
Mapeamento |
Deste modo, antes
da entrada podemos ter uma ideia de que tipo de passagens e compartimentos
iremos encontrar, mesmo que durante a pesquisa histórica não
tenha sido possível encontrar uma planta da embarcação. A organização interna dos naufrágios também facilita muito a orientação, pois ao contrário das cavernas, as estruturas que dão sustentação ao navio, como vigas e colunas e as estruturas que dividem compartimentos e fecham o conjunto, como paredes, conveses e o casco, também seguem rígido padrão de alinhamento umas com outras. Mesmo quando algumas são rompidas e amassadas, o conjunto sempre apresenta estruturas retas, que facilitam a orientação e mapeamento. |
II.
Estabilidade |
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Deste modo, o mergulhador
de naufrágio deverá entender suficientemente da arquitetura
das embarcações para analisar quais são as peças
estruturais que dão sustentação à seção
que pretende penetrar, a fim de avaliar se a penetração
é segura ou se existe o risco de queda ou desmoronamento do conjunto. |
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III.
Extensão |
Planejameto da rota de penetração |
Em mergulhos em caverna
com rota de entrada e saída pelo mesmo cabo, os participantes podem
deixar cilindros com misturas descompressivas em pontos pré-determinados.
Visto que, essas misturas só poderão ser utilizadas em profundidades
menores, que só são alcançadas pela rota de volta. Muitos mergulhadores que utilizam misturas descompressivas em naufrágios deixam esses cilindros, junto ao cabo de descida. Esse procedimento porem, restringe a segurança do mergulho. É fácil perceber, que não havendo descompressão e teto, podemos alcançar a superfície de qualquer ponto, da proa à popa de um naufrágio, diminuindo por isso, o risco durante o mergulho. No entanto, se as misturas descompressivas são deixadas junto ao cabo de subida, mesmo sem um teto estaremos em condição de penetração, pois seremos obrigados a retornar ao cabo de subida, para alcançar esses necessários cilindros. Utilizando misturas descompressivas, recomendamos que elas sejam deixadas junto ao ponto de penetração, ou por onde se espera seja feita à saída. |
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Classificação
da Penetração
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Visando
aumentar a segurança nas penetrações em naufrágios,
é utilizada uma classificação do nível de
dificuldade da penetração. Com ela, podemos passar com mais
clareza de um mergulhador para outro, o nível de dificuldade esperado
em uma rota de penetração de um destroço.
Para tanto são consideradas as classificações de: Profundidade - Indica a força da ação do mar sobre os destroços e a complexidade do mergulho. Estado de conservação - Indica a integridade da estrutura, luminosidade e risco do mergulho. |
Penetração de 1º Grau |
Condições - Profundidades entre 10 e 30 metros (fora da ação das ondulações da superfície; menor corrosão das estruturas; maior tempo de fundo). - Navios Inteiros - ver classificação - e/ou em posição normal (orientação facilitada) - Extensão máxima da penetração somada a profundidade, deve atingir no máximo 25 metros (possibilidade de subida livre). - Espaço suficiente para natação de dois mergulhadores lado a lado (utilização de octopus padrão). - Visualização em linha reta de um ponto de penetração - ver definição de ponto de penetração - (independência de um sistema de iluminação em caso de emergência). - Ausência de estruturas em balanço (peças soltas, ou que balancem por força da corrente evitando-se desabamento). -Visibilidade mínima 6 metros (suficiente para observação do dupla). - Mergulho não descompressivo. |
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Penetração de 2º Grau |
Condições - Profundidades de 0 a 10 metros e entre 30 e 40 metros (dentro da faixa de ação das ondulações da superfície ou menor tempo de fundo - mergulho profundo). - Navios Semi-inteiros - ver classificação - e/ou em posição lateral (orientação mais complexa). - Extensão máxima da penetração somada a profundidade superior a 25 metros e inferior a 50 metros (sistemas redundantes de fornecimento de gás comprimento de carretilhas básicas). - Espaço insuficiente para natação de dois mergulhadores lado a lado (utilização de mangueira longa). - Pontos isolados ao longo da penetração, sem visualização em linha reta da saída (necessidade obrigatória de orientação por cabo). - Condição ambiente de falta de luz, causada pelo naufrágio ou pelo ambiente (utilização de sistema de iluminação redundante e de alta potência). - Ausência de estruturas em balanço (peças soltas, ou que balancem por força da corrente). - Visibilidade mínima 4 metros (suficiente para observação de dupla próximo). - Mergulho descompressivo com ou sem o uso de misturas descompressivas (requer retorno pelo mesmo ponto). |
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Penetração de 3º Grau |
Condições (* espaço suficiente para passagem - entrada ou saída - de um mergulhador). |
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