EXPEDIÇÃO
2006 Naufrágios de Alagoas e Pernambuco no Atlantis Voyager Relato: Miguel Alex | |
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Tudo
começou no inicio de dezembro, quando conversando com o instrutor de mergulho
e pesquisador de naufrágios, Maurício Carvalho, tomei conhecimento
da expedição que ele participaria em janeiro, embarcado no Voyager.
Um Live Aboard de uma semana voltada exclusivamente para mergulhos em naufrágios.
Sem dúvida, seria uma boa pedida para iniciar o ano com o pé direito.
Em menos de um mês, os amigos de mergulho aqui no Rio de Janeiro foram se juntando e assim formamos nosso grupo para essa viagem: Eu, Maurício Carvalho, Juliana Caruso, Paulo Val, Cristiana Lopes, Leonardo Pimenta |
Fomos recepcionados com um drinque de boas-vindas, onde fomos apresentados ao
staff e a embarcação, além de começarmos a planejar
os nossos mergulhos. |
PRIMEIRO DIA |
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SEGUNDO DIA | |||
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Depois,
fizemos o segundo mergulho na DRAGUINHA,
outro navio draga, de menor porte, também aos 30m. |
Ambos
os mergulhos com excelente visibilidade e mar calmo, além de vida abundante
e presença de raias. Após os mergulhos, navegamos até Maragogi, onde enfrentamos fortes ondas até a chegada ao nosso ponto de fundeio. | |||
TERCEIRO DIA |
Navegamos
em direção à costa de Pernambuco. O primeiro mergulho do dia foi no RECIFE ARTIFICIAL MARTE, um rebocador afundado pelo Sr. Homero Lacerda, proprietário do Hotel Intermares. Encontra-se pousado perfeitamente no fundo do mar, aos 30m, possibilitando algumas penetrações. |
Para
o segundo mergulho do dia, tentamos fazer o Areeiro, contando com uma informação
de água clara no local. Infelizmente, não era verdade. Encontramos
menos de 2m de visibilidade e, assim, rumamos para o VAPOR
DE BAIXO. Um belo vapor de rodas, que ainda possui duas grandes caldeiras e duas rodas de pás. Destaque para as 4 bombas aéreas, ao lado do naufrágio. Passamos a noite em Recife, preparando o mergulho do dia seguinte. |
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QUARTO DIA | |||||
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Fizemos
o segundo mergulho no naufrágio do PIRAMA, famoso ponto de mergulho em
Recife. Diferente do primeiro mergulho, não encontramos água muito
clara. Pernoitamos em Recife, ansiosos pelo dia seguinte, onde um belo mergulho nos aguardava. |
QUINTO DIA |
O mergulho mais esperado da viagem - CORVETA CAMACUÃ. Por estar bem distante da costa e com profundidade passando dos 50m, acaba sendo um mergulho que poucos conseguem fazer, uma vez que não existem operações constantes no local. Além do que é um mergulho que exige experiência pela sua complexidade. Repetimos a mesma configuração de misturas do mergulho do Vapor dos 48, refazendo apenas as devidas correções de tempo de fundo e descompressão. A navegação até o ponto de mergulho foi tranqüila. Todos ansiosos para cair na água. A descida até o naufrágio foi dificultada por uma forte correnteza. Lá chegando, uma visão maravilhosa. Impossível ficar atônito diante desse naufrágio. Ela está tombada para boreste, inteira, com alguns pontos de penetração. Começamos o mergulho passando pelos hélices e lemes e fomos em direção à proa. Os lançadores de cargas de profundidade ainda estão na popa, e essas estão ao lado do naufrágio, em bom número. A meia nau encontramos a ponte de comando destruída pelo tempo. Mais adiante o canhão e na proa o guincho. |
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Fizemos
a volta e encontramos um maravilhoso cardume de xaréu. Eu e Juliana fomos os últimos a subir e enfrentamos algumas dificuldades na descompressão devido à correnteza, mas sem nenhum problema mais sério. O fim do mergulho foi efusivamente comemorado por todos a bordo. Um naufrágio inesquecível, que vale cada minuto da descompressão. |
Após o mergulho, navegamos até Itamaracá, onde fizemos um passeio turístico pelo Forte Orange e conhecemos o Projeto Peixe-Boi. Passamos a noite em Itapissuma, um pequeno e simpático município de Pernambuco. |
SEXTO DIA |
Encontra-se desmantelado, aos 23 metros de profundidade. Porém, podemos destacar uma roda ainda inteira, as caldeiras, máquinas e as âncoras, além, é claro, de um pedaço da proa ainda inteiro, com os turcos virados para fora. Por não ser um naufrágio muito visitado por mergulhadores, temos uma abundância de vida marinha no local, sendo que nesse mergulho encontramos uma tartaruga gigante, além de muitos lambarús e raias. | |
Para o dia seguinte, tínhamos como programação um mergulho no MINUANO. Solicitamos ao Nico a troca por mais um mergulho no BAHIA, o que só poderíamos saber no dia seguinte, pois dependíamos da condição de mar. Passamos a noite em Barra de Catuama, ansiosos pelo último dia de mergulho. |
SÉTIMO DIA |
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O
segundo mergulho foi na CHATA DE
NORONHA. Um naufrágio até hoje sem o nome certo da embarcação.
Está aos 33 metros de profundidade. Podemos destacar o casario de cabeça
para baixo, o hélice e o leme, além do motor a diesel. Um belo mergulho de despedida, que deixou um gosto de despedida em todos nós. Terminamos a noite com um grande jantar de confraternização, em Olinda, que ainda teve a participação do pessoal da Aquáticos, Gabriel (Gaba) e Edisio como convidados. Podemos dizer que a viagem foi perfeita. | ||
Agradecemos
ao Staff do Voyager por trabalhar incessantemente pelo sucesso da viagem. Aos
Deuses dos mares, obrigado pelo mar quase sempre calmo e pela paz nos mergulhos.
Foram mais de 300 milhas navegadas. Treze mergulhos. Quase doze horas de fundo. Fortalecemos amizades. Criamos novas amizades. Um gosto de quero mais está presente em todos que participaram dessa expedição. Uma certeza que todos compartilharam ao fim da viagem é que amamos esse esporte. Parafraseando uma gloriosa citação dos antigos navegadores: "Mergulhar é preciso; viver não é preciso". |
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