USS Missouri BB-63
Pearl Harbor - Hawaii
 
O USS Missouri (Battleship Missouri Memorial) é uma das atrações do World War II Valor in The Pacific National Monument, localizado na base naval de Pearl Harbor em Honolulu na ilha principal no Hawaii.
A entrada e centro de visitantes localiza-se a pouco mais de 20 minutos de carro da praia de Waikiki, com acesso fácil e bem sinalizado. Nela estão diversas atrações todas muito bem sinalizadas e com muita organização e conforto.
 

As visitas podem ser programadas com antecedência do Brasil ou na bilheteria no local. Mas os horários de visitação são rigorosos. No Missouri, recomendamos comprar a opção visita especial, pois ela da acesso ao interior do navio com um guia especializado.
O Missouri fica ancorado em uma das ilhas do complexo de Pearl Harbor a cerca de 100 metros do memorial do USS Arizona, encouraçado afundado durante o ataque em 7 de dezembro de 1941.
Ele é considerado marco do ataque japonês a Pearl Harbor por ter causado a morte de 1.177 marinheiros, quase a metade de todas as vítimas do ataque. A visita é rápida, um vídeo é passado e o deslocamento até o memorial que flutua sobre os destroços do Arizona é por barco. O passeio todo dura certa de uma hora e para quem gosta de história naval vale muito a pena.

 

Memorial do Arizona
 
No centro de visitantes existe ainda aberto a visitação um submarino americano (U.S.S. Bowfin), um submarino kamikase japoneis Kaiten, alguns tipos de torpedos, mísseis, outras peças ligadas a marinha americana além de monumentos ao ataque a Pearl Harbor, além de confortáveis intalações com banheiro, lanchonetes e naturalmente lojinhas.
Do centro de visitantes um ônibus leva até o ancoradouro do USS MIssouri, lá também existem banheiros lanchonetes e lojinhas. Depois da visita ao Missouri o mesmo ônibus leva aos visitantes ao museu de aviação (Pacific Aviation Museum - opcional), no mesmo complexo. Lá estão diversos modelos de aviões americanos e japoneses que participaram do conflito e no hangar ao lado um enorme número de aviões e helicópteros dos períodos seguintes a 2ª Guerra Mundial
, inclusive modelos soviéticos e chineses.
Para quem gosta do assunto é imperdível
.
 

 

Histórico

Em janeiro de 1941, com a Segunda Guerra Mundial espalhando-se pela Europa e o Japão dando continuidade a seu projeto de expansão pelos territórios do Pacífico os Estados Unidos aceleram seu programa de construção naval de grandes inidades. Assim inicia-se a construção deste encouraçado da classe Iowa nos Estaleiros da Marinha no Brooklyn em New York.
Lançado ao mar em 29 de janeiro de 1944 foi batizado em 11 de junho como USS Missouri pela primeira dama Margaret Truman, partindo em agosto para testes e seguindo em novembro para o Pacífico.
Em 24 de dezembro de 1944 já está equipado e em prontidão na base naval de Pearl Harbor no Hawaii.

 

Durante o período da Segunda Guerra Mundial, após seu lançamento participou de um grande número de operações na guerra no Pacífico, principalmente dando apoio as frota com deslocamento de porta aviões e principalmente realizando bombardeiro de costa, graças a suas três baterias com nove canhões de 406 mm que podiam alcançar cerca de 32 quilômetros com grande poder de destruição.
Entre as operações destacam-se o apoio a frota que realizou os ataques aéreos contra Tóquio, a invasão da ilha de Iwo Jima, considerada uma das mais sangrentas batalhas do Pacífico, ataques aéreos contra a ilha japonesa de Kyushu, apoio à Invasão de Okinawa e os bombardeiros de Hokkaido e Honshu (ilhas do arquipélago japonês).
Em 11 de abril de 1944 foi atingido por um avião kamikaze mas houve apenas pequenos danos, que não tiraram o navio de combate.
Em 2 de setembro de 1945, depois do lançamento das duas bombas nucleares em Hiroshima e Nagasaki o Japão assina a rendição incondicional. A cerimônia de assinatura ocorreu a bordo do USS Missouri ancorado na Baía de Tóquio, o evento marca oficialmente o término da Segunda Guerra Mundial.
Nos anos seguintes o Missouri realizou diversos exercícios e viagens pelos oceanos do mundo até que retornou aos Estados Unidos para reformas e modernização.
Em agosto 1951 deixou o estaleiro naval de Norfolk (Virginia), partindo para dar apoio as tropas da ONU na primeira fase da guerra da Coreia.
Entre setembro de 1951 e março de 1952 forneceu apoio às forças da ONU em Inchon e Hungnam (Coreia do Norte), bombardeando o litoral.

 
 
Em fevereiro de 1971 é colocado nas docas Puget Sound em Washington, como reserva naval da marinha americana. De 1984 a 1986 o navio modernizado é recomissionado, influenciado pelos eventos do rápido afundamento da corveta leve inglesa Shefild durante o conflito entre a Inglaterra e a Argentina pela posse das ilhas Malvinas (Falklends) no Atlântico sul.
De setembro a novembro de 1983 participou das operações de retomada do Kwait no Golfo Pérsico em apoio à Operação Vontade Sólida. Em janeiro de 1991 deu apoio da Operação Escudo do Deserto (contra o Iraque), sendo o primeiro navio de guerra a disparar mísseis Tomahawk na Operação Tempestade do Deserto.
Em 31 de março de 1992, o USS Missouri foi desativado pela última vez; e em 29 de janeiro de 1999 foi inaugurado como museu denominado Battleship Missouri Memorial, como parte do acervo do museu da base de Pearl Harbor.
     
 
DADOS TÉCNICOS
Tipo de embarcação: Encouraçado classe Iowa
Nacionalidade: americana
Armador: marinha americana Estaleiro: New York Navy Yard de Brooklyn - New York
Início da construção: 6 de janeiro de 1941
Lançamento: 29 de janeiro de 1944
Comprimento: 270,4 metros Boca: 33 metros Deslocamento: 45.000 toneladas
Material do casco: aço Blindagem: casco 11.6 a 17.3 polegadas (290 a 440 mm), torres 19.7 polegadas (500 mm)

Propulsão: 4 turbinas General Electric - Potência de 212.000 n.h.p (Naval Horse Power) - 8 caldeiras diesel
Capacidade de combustível - 2,5 milhões de galões de óleo diesel (mais de 9,5 milhões de litros)

Propulsão:4 hélices - velocidade 33 nós Autonomia: 14.890 milhas (23.960 km)
Armamento durante a 2ª GM: 9 canhões 16 polegadas (406 mm), 20 de 5 polegadas (127 mm), 80 canhões de 40 mm e 49 canhões de 20 mm.

Tripulação: 134 oficiais e 2400 marinheiros (2ª guerra mundial)

 

O USS Missouri encontra-se em uma das ilhas do complexo de Pearl Harbor e um ônibus leva até seu ancoradouro partindo do centro de visitantes.
A proa é bastante projetada, com destaque para os canhões de 406 mm. O casario central, como é a característica dos navios do período, é muito alto, com diversos telêmetros e antenas de comunicação

 
Tudo no navio impressiona pelo tamanho. Na proa, os guinchos, correntes e cabeços de amarração são de enormes proporções.
A grande distância entre o bico de proa e o início dos canhões era necessário para, durante a navegação principalmente em mar agitado equilibrar
o peso de mais de 12 toneladas de cada uma das duas grandes torres dos canhões da proa
 

As armas
 


As três torres, duas na proa e uma na popa, apresentavam três canhões de 406 mm (16 pol), que podiam enviar com precisão projéteis com 1.225 Kg até uma distância de 20 milhas (32 Km),
mantendo uma incrível cadência de tiro de 2 disparos por minuto, considerando o peso dos projéteis e a carga de pólvora utilizada para o disparo que precisavam ser recarregados
 
Cada projétil de 1.225 kg era impulsionada por até 6 grandes pacotes (bags) de pólvora com aproximadamente 20 kg para os tiros mais longos acomodados em grupos de três em recipientes de metal, que hoje estão espalhados por todo o complexo do navio, mas que durante o combate ficavam estocados na parte inferior das torres e eram levados até o canhão, da mesma forma que os projéteis, por elevadores.
O peso de cada uma das torres com o sistema de tiro era de 12.151 Kg, mas os canhões não podiam estar apontados diretamente para a proa durante o disparo, pois o balanço da embarcação fazia parte do sistema de neutralização do recuo da arma. Nenhum marinheiro poderia permanecer ao lado das torres durante o disparo e frequentemente o piso do convés era danificado pela vibração
 
A primeira torre de proa está aberta a visitação, a sala de controle (direita) pode ser acessada por uma apertada escada e escotilha na sua parte posterior da torre.
No seu interior além do controle de tiro estão os mecanismos de recarregamento dos canhões.
 
Para cada canhão uma dupla de marinheiros alimentava com o projétil e seis pacotes de pólvora de 20 quilos. A munição que era acomodada na base da torre (abaixo do nível da superfície)
chegavam junto a culatra do canhão (centro) através de elevadores e da escotilha retangular (direita), era introduzida no canhão deslizando por um trilho e empurrada por um pistão hidráulico
 
Dois conveses abaixo da linha d'água estava a principal sala de controle de tiro, com as mesas de cálculo e os gatilhos em bronze de cada canhão separadamente.
Uma grande preocupação com danos pode ser percebida pela redundância apresentada no disparo das armas.
Os canhões também podiam ser disparados diretamente da torre e de outra sala de comando de tiro com controles independentes.
A quantidade de reles, chaves, válvulas e outros painéis é enorme. Em algumas paredes existem centenas de manivelas e válvulas exatamente iguais.
 
 

As dez baterias secundária do Missouri de 5 polegadas (127 mm) eram capazes de disparar projéteis de 54 libras, sustentando uma barreira de fogo de 15 tiros por minuto,
com um alcance de até 10,5 milhas. Na década de 1980, quando o navio retornou ao serviço outras armas foram incorporadas ao USS Missouri
como os mísseis Tomahawk (o sistema de mísseis ainda está presente),sistemas de tiros anti mísseis, entre outras armas.


Interior do navio
A grande sala de estar e refeições do convés principal, anexa a cozinha dos oficiais (para atender 2000 homens existiam várias cozinhas), está preparada para que durante o combate possa ser rapidamente transformada em sala de primeiros socorros atendimento inicial e triagem dos feridos.

No teto existe iluminação especial, as mesas podem ser convertidas para atendimento médico individual, armários estocavam suprimentos médicos e um elevador dá acesso direto ao centro médico, com salas cirúrgicas, dois conveses abaixo.

As demais acomodações, principalmente para os marinheiros, como em todos os navios militares, são espartanas. As camas e armários são minúsculos e os banheiros comunitários. Mesmo os camarotes dos oficiais de alta patente, o que inclui o Capitão não possuíam luxo.
Cada parte do navio é adaptada para o máximo de eficiência em combate.

 
Nos detalhes da parte interna do navio fica muito evidente todo o preparo para o combate, deste tipo de embarcação. Existem várias salas de controle de dano de onde partiam equipes para controle de incêndio e centros de controle de onde podiam ser tomadas medidas paliativas para contornar os danos ocasionados pelo fogo inimigo.
Um grande corredor percorre praticamente todo o navio conectando a maioria dos compartimentos, ele é conhecido como Hollywood e ficou famoso no filme Battleship - A Batalha dos Mares,
filmado no Missouri, quando os personagens carregam no ombro, da proa a popa um projétil dos canhões de 16" (1225 kg).
Por todo o corredor existem diversas portas pesadas com sistema de travamento, no caso de alagamento, elas podiam isolar as diversas seções do navio.
Conectando os diferentes conveses estão escotilhas cada vez mais pesadas a medida que se desce pelos decks. Escotilhas e corredores de fugas entre os conveses também existiam,
porém só o oficial do setor estava autorizado a abri-los no caso de marinheiros tentarem escapar por ali. Todas essas vias de escape eram muito apertadas e escuras - no meio de um combate deviam ser sinistras.

     
Em cada compartimento existiam sistemas extras de cabos e tomadas junto as portas de isolamento que permitiam que caso um compartimento avariado perdesse a energia para seu funcionamento, a energia fosse puxada do compartimento ao lado.

Cada um dos cabos e tomadas eram marcados por cores e por elementos de identificação pelo tato, para o caso de não existir iluminação, embora lanternas de emergência estejam por todo navio.

Repare nas pequenas chaves para fixar os cabos elétricos, elas também estão presentes em redundância, aumentando a chance de sucesso caso alguém deixasse a chavinha cair no meio da confusão da batalha - "o mãozinha escorregadia desgraçada..."

São tantos corredores salas, compartimentos e acessos que tudo e codificado para facilitar a localização e cada equipe a bordo era treinada para reconhecer as rotas de fuga de seu compartimento de trabalho.

 

 
Sala de máquinas
Com um deslocamento de mais de 45.000 toneladas e com uma velocidade de mais de 30 nós o sistema de máquinas não poderia ser menos grandioso e seus números também impressionam.

Oito caldeiras diesel Babcock & Wilcox - pressão de 600 PSI (libras por polegada quadrada).
Quatro máquinas com turbinas General Electric.
Potência de 212.000 n.h.p (Naval Horse Power).

Dois hélices dentro dos bordos - cinco lâminas (17 '5 polegadas - 5,3 metros).
Dois hélices fora dos bordos - quatro lâminas (18 '3 polegadas - 5.6 metros).

Capacidade de combustível - 2,5 milhões de galões de óleo diesel (mais de 9,5 milhões de litros).
Capacidade de água 239.000 galões (mais de 900.000 litros).
30.000 galões de combustível de aviação (mais de 11.3000 litros).


 
 
Embora a sala de máquinas seja muito grande existe muito pouco espaço livre, com todas as caldeiras, turbinas, motores elétricos, sistemas de baterias e equipamentos auxiliares.
Os painéis de controle informavam a todo momento o estado de funcionamento das máquinas.
 
Diversas caldeiras a diesel espalham-se pelos compartimentos a vante das máquinas. Na foto central a operadora utiliza um maçarico para demonstrar como ocorria o acendimento de uma das caldeiras.
Uma das turbinas de propulsão (foto a direita), foto feita da passarela sobre o eixo.
 

 
No Brasil

O Brasil não possuía navios deste porte e também não são registrados no nosso litoral embarcações como estas. O encouraçado Aquidabã, do início do século, é uma embarcação em estilo e dimensões muito diferente.
Alguns dos exemplos mais próximos desses navios seriam o cruzador Bahia, naufragado no final da segunda guerra mundial no meio do Atlântico, quanto um tiro durante treinamento atingiu um paiol de munição e o encouraçado Graff Spee, afundado por seu capitão para que não caísse nas mãos do inimigo, na entrada do Rio da Prata no Uruguay, após ter sofrido muitos danos enfrentado diversas unidades navais inglesas.

 


VISITAÇÃO

Battleship MISSOURI Memorial
Pearl Harbor - Hawaii

Aberto das:
8:00 as 16:00 horas (de setembro a maio)
8:00 as 17:00 horas (de junho a agosto)


 

 

 
Consulte nosso guia de estruturas de vapores e conheça mais sobre sua construção e características, caso deseje identificar as peças pelo visual utilize o esquema na página de Navios à vapor.
 


Navios a Vapor