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Histórico |
O vapor inglês
Selma vinha da Argentina, trazendo um carregamento de trigo com destino
a Veneza na Itália. Quando já avistava a Ilha de Cabo Frio
o navio aproximou-se perigosamente da praia da Massambaba, considerada pela
Marinha dos Brasil um dos cemitérios de navios da costa brasileira. Segundo o mestre Antônio Postiga da chalana Doze Apóstolos, que prestou socorro aos náufragos, o Selma, por inadvertência do seu piloto, tomou o rumo do banco de areia fixo existente naquele local. Vendo o desastre eminente, o mestre manobrou a chalana, fez-se de vela, para alcançar o navio, para o qual tentava sinalizar. Foi inútil, e antes que a Doze Apóstolos pudesse aproximar-se à distância de ser ouvido, o Selma trepou sobre o banco de areia e adernou, eram cerca de 10 horas da manhã de sábado. |
Como
a situação do navio era de perigo imediato, pois o Selma já
abrira água e estava prestes a soçobrar, o mestre Postiga
acercou-se dele o mais rapidamente que pode e colheu a bordo de sua chalana
o comandante e vinte cinco tripulantes. Quando a notícia do encalhe chegou a capital, o Arsenal de Marinha solicitou que reboque Brazil, de armador particular, seguisse para o local para colher informações sobre o navio e prestar os primeiros socorros. Ao mesmo tempo, enviou o rebocador Audaz, para ver se era possível salvar o navio inglês. Ainda na tarde do dia 17, o Brasil entrou no porto do Rio de Janeiro levando os vinte e seis tripulalantes do Selma a bordo. O navio estava totalmente perdido. Durante muitos anos a história deste naufrágio era desconhecida. Os Listas de naufrágios e os poucos textos referiam-se a ele como "Selman". Sua história só foi localizada pela equipe do Site em fevereiro de 2012. |
Foto da Praia da Massambaba na região dos naufrágios do Selma e Caledonian. Ao fundo o o Focinho do Cabo |
A
praia da Massambaba é considerada pela Marinha como uma das áreas
de máxima incidência de naufrágios no Brasil.
Nela estão afundados cerca de 30 navios, entre eles o: Anchieta, Caçador, Dois Amigos, Don Afonso, Ferreira Machado, Goitacás, Itaperunense, Jequitinhonha, Mellie J. H., Minerva, Não Me deixes, Penalva, Port-Manorck; Paraná, Rival, Santo Antônio e Tomezina. |
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Os destroços
foram localizados e identificados por Elísio Gomes Filho, antigo
proprietário do Museu Histórico e Marítimo
de Búzios, RJ., agora com o acervo incorporado ao Museu Oceanográfico
de Arraial do Cabo, RJ. Elísio também é autor de três
livros sobre naufrágios: História dos
Célebres Naufrágios do Cabo Frio, 1993, Texto & Arte,
A Tragédia do Magdalena,1995, Editora
Litteris e Morte no Mar de 1997, Edição independente. Infelizmente, durante os mergulhos da equipe, não foi possível reconhecer fatores que confirmassem a identidade dos destroços, restando realizar mais pesquisas. |
Descrição | ||
O naufrágio
encontra-se muito enterrado a cerca de 200 metros da praia e a cerca de
500 metros a leste dos destroços que seriam do Caledonian. Da proa nada pôde ser visto durante nosso mergulho, pois ela encontrava-se junto a arrebentação. A popa está separada por 20 metros dos demais destroços. Possivelmente o cavername da área dos porões esta enterrado. No segundo grupo de destroços, que corresponde à meia nau, podem ser vistas duas grandes caldeiras parcialmente quebradas e uma menor. Das máquinas, sobraram os virabrequins e o eixo excêntrico, Indicando que o navio deve ter sido alvo de um trabalho de resgate. Pedaços pequenos do casco e casaria, espalham-se pelo fundo em torno do eixo do navio. Na extremidade da popa, ainda estão presos as governaduras de encaixe do leme, também podem ser vistos parte do arco do hélice e do leme. |
Shipwreck WRECK WRAK EPAVE PECIO |