Por: Ivo Brasil Jr. |
NAUFRÁGIO
do HIGLAND SCOT
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A
Pesquisa |
Foto do Highland Scot segundo Shipping Incidentes. Porém existem dúvidas, se este navio não seria o Highland Brae |
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A
Busca No entanto faltavam detalhes precisos, entre eles a data correta do naufrágio, e o mais importante, localizar os destroços, que até então só se sabia estarem na região da praia de Maricás. A primeira tentativa, ainda sem sucesso, foi feita em 1999 por Maurício Carvalho, Sérgio Salvador, José Luis Oliveto e Célio Durães, infrutífera no que diz respeito a uma localização positiva, mas o suficiente para aguçar a curiosidade após confirmação de pescadores de que havia de fato não um, mas três naufrágios na região. No dia 25/02/2003 Ivo Brasil e Maurício Carvalho voltaram à praia de Maricás, aproveitando o mar calmo e as águas claras de uma terça-feira de carnaval, porém inicialmente as informações desencontradas não inspiravam confiança, até que membros da colônia de pescadores da praia de Maricás, deram a pista da localização do naufrágio mais próximo à praia, "logo ali Dotô, depois do aeroclube, onde a pista começar a afastar do mar"... um tipo de "marca GPS nativa",a localização foi imediata, ajudados pelas condições do mar foi possível avistar o contorno das peças maiores a olho nú do alto de uma pequena duna da região. |
Junto a arrebentação podem ser vistas as manchas de rebojo provocadas pelas peças maiores. |
O
Naufrágio De fato o naufrágio se encontrava bem próximo à praia, e a exploração foi feita em mergulho livre, o naufrágio se encontrava muito próximo da região da arrebentação com profundidades variando de 1 a 4 metros. Praticamente todo enterrado pela ação da arrebentação, foi possível identificar precisamente o contorno do navio, já que em função de ter sido enterrado muito rápido, provavelmente o mesmo não chegou a ter sua estrutura muito comprometida, sendo possível identificar inclusive os dois escovéns na proa. |
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Vista da Ilha de Maricás, do ponto do naufrágio |
Outra
peça que ajudou na identificação posterior e que
podia ser claramente identificada foram as máquinas do tipo Triple
Expansion Engine. Foram encontradas também, três caldeiras,
girabrequim, o volante do leme e o próprio leme, além do
hélice e um guincho de proa.
Agora ficava a pergunta, o naufrágio estava localizado, mas seria mesmo o Highland Scot? Para responder esta pergunta seria necessário encontrar indícios do seu naufrágio naquela que é provavelmente a melhor fonte para estabalecer as condições e a data do naufrágio, por relatá-lo no momento de seu acontecimento, jornais da época. |
Analisando a História |
Iniciando a pesquisa
próximo do que se sabia até então (maio/1918), foi
possível descobrir o relato do encalhe e posterior naufrágio
do Highland Scot em praticamente todos os jornais importantes da época.
O sinistro ocorreu no dia 06.05.1918. |
Agradecimentos
especiais a colônia de pescadores da praia de Maricás
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Pesquisas
realizadas por: Ivo Brasil e Maurício
Carvalho
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Fontes Subsídio para História Marítima, vol 1, 1938 - Desastres Marítimos no Brasil" - Dario Paes Leme "Dictionary of Disasters at Sea During the Steam Age (1824-1962)" - Charles Hockins - Borough Librarian of Action, 1969 Jornal "O Paiz" "Jornal do Comércio" Jornal "Correio da Manhã" Jornal "O Fluminense" |
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Um
verdadeiro pesquisador sabe diferenciar as informações de
fontes primárias de "viagens" pelo mundo virtual da Internet
onde não existe certificado de confiabilidade.
No caso do Higland Scot, informações básicas, como datas e locais estão apresentadas de forma incorreta ou simplesmente ausentes em muitos Sites, pois a pesquisa não foi feita, assim como confiar nas demais informações? Uma pesquisa séria, só pode ser feita com a união entre o trabalho de campo, identificando tecnicamente os destroços no fundo e reconhecendo a equipagem do navio e uma profunda análise de documentos de época, que confirmam essas características. Ivo Brasil é um desses pesquisadores sérios, que não inventa informações para obter reconhecimento, e não baseia suas deduções em Sites que deixam de existir repentinamente. Tem a paciência necessária a incansáveis e longas buscas por documentos em bibliotecas, prática comum na pesquisa de naufrágios. Maurício Carvalho |
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