| Novamente,
o site Naufrágios do Brasil
tem o prazer de abrir espaço para mais uma importantíssima descoberta
realizada pelo pesquisador de naufrágio Ivo Lima Brasil
Jr. Desta vez, a luz recai sobre um dos mais famosos naufrágio da região de Angra dos Reis, RJ. |
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Por:
Ivo Lima Brasil Jr. |
Velho
conhecido dos mergulhadores, este vapor do século XIX, naufragado na baia
de Angra dos Reis, finalmente tem sua história desvendada. Várias dúvidas pairavam sobre a história do Bezerra de Menezes, a começar pela data correta de seu naufrágio, tida como sendo no ano de 1860. |
| A partir de mergulhos no naufrágio e pesquisas realizadas por Maurício de Carvalho, surge o primeiro indício de que o naufrágio não poderia ter ocorrido neste ano, uma vez que foi verificado que tratava-se de um vapor com as pás do hélice atarrachadas, tecnologia que só começou a ser utilizada em torno do ano de 1890, inviabilizando portanto a hipótese de que um vapor naufragado em 1860 a tivesse. O próximo passo seria então levantar a biografia daquele em cuja homenagem foi nomeado o navio, o Dr. Bezerra de Menezes, personalidade do cenário político brasileiro do século XIX, médico conhecido por ajudar os menos favorecidos e o maior líder espírita brasileiro, chegando até mesmo a ser citado como o "Alan Kardec brasileiro". |
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A partir desta biografia mais uma vez foi verificada a impossibilidade do naufrágio ter ocorrido em 1860, uma vez que o Dr. Bezerra de Menezes não havia nesta data ainda se tornado notório, sendo de estranhar portanto que fosse nomeado um navio em sua homenagem. |
Após
rastreamento dos movimentos diários de entrada e saída do porto
do Rio de Janeiro durante todo ano de 1890 e início de 1891, foi verificado
que o Bezerra de Menezes entrava e saia regularmente em intervalos de aproximadamente
7 dias na rota já mencionada entre o Rio de Janeiro, Campos, Macaé
e Imbetiba. Comandado por André Antonio da Fonseca, o Bezerra
de Menezes era um vapor misto, de carga e passageiros. |
Em final de janeiro de 1891, o Bezerra de Menezes foi afretado pela Cia Terrestre e Marítima Rio de Janeiro para uma viagem a Paraty, com escala em Angra dos Reis, e esta seria sua última viagem. Partiu do porto do Rio de Janeiro em 30/01/1891 com destino a Angra e Paraty, com 24 tripulantes à bordo, em torno de 40 passageiros e cargas diversas. No retorno, após deixar o porto de Angra dos Reis dia 02/02/1891com 37 passageiros, os 24 tripulantes e cargas diversas à bordo, às 23 hrs, o Bezerra de Menezes se chocou fortemente com o a laje Colombo, hoje conhecida como laje alagada. A causa do acidente é atribuída à imperícia do comandante, uma vez que apesar de ser sua primeira viagem nesta rota, a laje em questão era bem conhecida e estava visível no momento do acidente. Com o choque foi aberto um rombo na proa e o Bezerra de Menezes submergiu rapidamente. De acordo com telegrama recebido do diretor do lazareto da Ilha Grande, socorreu os náufragos no local o vapor Daunfleu, que salvou os 37 passageiros e 24 tripulantes, além de boa parte da carga, levando-os a Sepetiba, de onde a canhoneira Liberdade, da marinha brasileira os trouxe de volta ao Rio de Janeiro. Não houve vítimas. |
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Pesquisas
realizadas por: Ivo Brasil e Maurício Carvalho |
Fontes: Câmara Municipal do Rio de Janeiro Jornal do Comércio Jornal O Paiz Jornal Correio de Noticias http://www.ajornada.hpg.ig.com.br/materias/personalidades/bezerrademenezes.htm |
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