Christiaan Brunings
Nederlands Historisch Scheepvaartsmuseum - Amsterdã, Holanda
(National Maritime Museum)
 

Museu Marítimo de Amsterdam

Localizado na região do porto o edifício do Museu Marítimo de Amsterdã onde fica o Amsterdam é uma construção de 1656.
Para construí-lo na ilha artificial criada no porto de Amsterdam, 1800 estacas de madeira tiveram que ser afundadas profundamente no chão lamacento. É aqui que os navios de guerra da República Holandesa foram equipados.
Durante a recente reforma, um vasto espaço do pátio interno do edifício foi coberto por uma cobertura de vidro, criando um espaço agradável para os visitantes. O museu não permite mochilas mas um porta volumes no subsolo permite a guarda desses objetos. Ainda existem banheiros um bom coffe shop e naturalmente uma lojinha de souvenir.
Nas mesmas instalações do museu, mas no lado de fora no píer está a réplica do “Amsterdam”, um grande navio da Companhia Holandesa das Índias Orientais. Não é possível visitar o navio a não ser com a entrada do museu.
No espaço interno do museu existe um acervo a respeito da navegação holandesa com algumas centenas de peças em exposição.
Depois do museu vale a pena conhecer o Nemo (Science Museum) com formato de navio que fica ao lado. De sua cobertura é possível ter uma bela e diferente vista da parte antiga de Amsterdã, depois é possível retornar a Estação central por uma série de pontes para pedestres, vale o passeio.

 
 
Museu Marítimo de Amsterdã
Agradável espaço interno do museu
Canhão - Culverijn do navio Rotterdam - 1618
 

 

O navio
O Christiaan Brunings, ancorado no cais do Museu Marítimo Nacional em Amsterdã, foi construído em 1900 para o Departamento Nacional de Hidrovias e Obras Públicas (Rijkswaterstaat) como um quebra-gelo. Mas, com um interior confortável para permitir que também servisse como embarcação executiva. Devido a burocracia foi lançado com o nome De IJsbreker (o quebra-gelo) e posteriormente recebeu o nome de Christiaan Brunings, em homenagem ao engenheiro naval holandês (1736-1805) reconhecido como o pai fundador do departamento.

     

Os quebra-gelos eram usados desde o século XVII. A proa era puxada por até vinte cavalos através dos canais dos países Baixos cobertos de gelo. A cada puxada, a troa era retirada da água, para cair sobre a camada de gelo, quebrando o gelo sob seu peso.
No final do século 19, a indústria estava passando do ferro para o aço e peças como a quilha, as vigas transversais e as vigas do convés foram feitas de aço Siemens-Martin, com até 13 mm de espessura, mas para o restante do navio o ferro convencional foi usado. A hélice de quatro pás foi fundida em aço para permitir que ela resistisse ao gelo.
Navegando de seu porto natal de Dordrecht, o Christiaan Brunings começou a operar no inverno frio de 1901.



 
 

 

 

DADOS TÉCNICOS
Tipo de embarcação: Quebra gelo Nacionalidade: Holandesa
Armador: Departamento Nacional de Hidrovias e Obras Públicas (Rijkswaterstaat)
Lançamento: 1900 Estaleiro: Jan Frederik Meursing
Comprimento: 31,2 metros Boca: 6,7 metros Calado: 2,4metros
Deslocamento: toneladas Material do casco: ferro
Propulsão: máquinas compostas a vapor 2 cilindros.
Velocidade: 7 nós

Tripulação: 6 homens

 
No verão de 1915, início da Primeira Guerra Mundial, o Christiaan Brunings foi requisitado para o serviço militar e usado para proteger a costa, por serem menos visíveis. Após os primeiros meses da guerra, a marinha começou a usar o Christiaan Brunings como navio de suprimentos e só foi devolvido ao Departamento de Hidrovias em 1919.
O Christiaan Brunings passou a maior parte da Segunda Guerra Mundial atracado em Maassluis, geralmente no estaleiro 'Zorg en Vlijt'. No final de 1944, quando as forças armadas alemãs requisitaram todas as embarcações a motor, ele foi escondido junto com outros navios por um ramo do rio Meuse perto de Heenvliet. Em janeiro de 1945, foi atingido por um ataque aéreo britânico, sofrendo grandes danos à sua superestrutura e casco. Mais tarde foi reparado.
Em fevereiro de 1953, enquanto estava sendo usada para evacuar vítimas da inundação desastrosa pela ruptura de um dique que atingiu a Holanda naquele ano, ele encalhou em um grande banco de areia entre Stellendam e Hellevoetsluis, uma semana depois, ele voltou ao serviço. Na década de 60 o Christiaan Brunings teve grande participação nas atividades preparatórias para a Delta Works. Nesse período, ele passou por duas grandes reformas.
Em 1966, o Serviço do Delta ofereceu o navio ao Museu Vereeniging Nederlandsch Historisch Scheepvaart (Sociedade Histórica do Museu Marítimo Holandês), para salvá-la do ferro-velho. A venda foi finalizada dois anos depois.
Guincho tradicional na proa
O quebra gelo está ancorado ao lado do Amsterdam
Cabine de comando e a chaminé
dominam o perfil do navio
     
O belo cenário onde está ancorado
o Christiaan Brunings
Na popa em leque o brasão do departamento
de obras hidroviárias
No convés pode ser vista pela gaiuta
o cilindro das máquinas

 
Máquinas
Sem dúvida nenhuma o ponto alto da visita ao Christiaan Brunings e o elemento mais interessante é a máquina a vapor, ainda mantida em funcionamento como as originais.
Na construção do quebra gelo as máquinas a vapor foram o componente mais caro. O projeto é chamado de motor composto ou a vácuo com dois cilindros, de alta e baixa pressão.
As caldeiras Scotch, invenção dos estaleiros escoceses, era muito menor que seus antecessores, mas ainda um equipamento enorme. A "superfície aquecida" da caldeira é de 90 m2. O Christiaan Brunings está agora em seu terceiro conjunto de caldeira, mas ainda com as condições originais.
 
Vista do cilindro de baixa pressão vista
pela gaiuta do convés
Máquinas a vapor compostas de dois cilindros
(baixa e alta pressão respectivamente)
Gerador e bombas anexas as máquinas
Vista lateral das máquinas. Na frente no alto, o ducto (branco)
de vapor entrando no cilindro de alta pressão.
Em primeiro plano as duas bielas e o telégrafo de máquinas
Vista de frente das máquinas. A esquerda, atrás
dos operadores, o motor de arranque, composto
de máquinas a vapor idênticas,porém em miniatura
No alto o encanamento de passagem do vapor do cilindro de alta
para o cilindro de baixa pressão.
Em primeiro plano, o condensador de vapor (laranja) e pela
frente o encanamento de retorno da água as caldeiras
Na base das máquinas está o eixo excêntrico,
preso as bielas e elas aos girabrequins
Sobre o convés o reservatório de água
das caldeiras e a chaminé

A caldeira scochts está posicionada a frente das máquinas,
em um único compartimento.
Ao fundo (cinza) a entrada de carvão,
sobre as fornalhas os abafadores (tampas brancas)
que cobrem o trocador de calor

As duas fornalhas da caldeira tem as portas de
abastecimento de carvão (em cinza), a da direita
foi aberta para visualizar os queimadores.
Abaixo delas estão as tampas do tirador de cinza,
que possuía um carrinho que deslizava a frente da caldeira

 

No Brasil

Nas águas do Brasil não existem quebra gelos naufragados ainda mais do tipo do Christiaan Brunings, no entanto sua construção compacta na forma de um navio de apoio ou rebocador do início do século XX lembra muito navios como o Laurindo Pita da marinha do Brasil
. Semelhante a esse vapor temos afundado no Brasil o D.N.O.G. da marinha do Brasil afundado em 12.07.1942, naufragado na saída da enseada da ilha grande, mas que se acidentou nas Ilhas Botinas possivelmente deixando fragmentos do casario, conhecidos hoje como o naufrágio do Quadrado da Gipóia.

 
 


VISITAÇÃO
Nederlands Historisch Scheepvaartsmuseum
https://www.hetscheepvaartmuseum.com/whats-on/steamship-christiaan-brunings
Endereço: Kattenburgerplein 1, 1018 KK Amsterdam, Holanda
Horário: abre seg às 09:00
Telefone: +31 20 523 2222
Em junho 2019 - € 16,00 Adultos, 8,00 crianças (até 17 anos)


 


 
Consulte nosso guia de estruturas de vapores e conheça mais sobre sua construção e características, caso deseje identificar as peças pelo visual utilize o esquema na página de Navios à vapor.
 


Navios a Vapor