Encouraçado Aquidabã
Dados técnicos
Estaleiro: Samuda Brothers, 1885, Inglaterra - Dimesões: 80,4 m. comprimento X 15,8 m. boca X 5,4 m. calado - 5029 Tonelagem.
Armamento: 2 Canhões Armstrong (203 mm), 4 Canhões (120 mm), 15 metralhadoras Nordenfelt e 5 portinholas para torpedo.
Participação na Revolta da Armada
 

Naufrágio do Aquidabã em 1906,
após a Revolta da Armada
 
Prelúdio
Durante a primeira fase da revolta o Aquidabã cumpriu um importante papel apoiando a atividade dentro da Baía de Guanabara, por diversas vezes forçou a barra, entrando e saindo da Baía, sofrendo fogo das fortalezas e baterias costeiras.
Em algumas ocasiões trocava tiros com baterias instaladas no interior da Baía da Guanabara e as balas caiam no meio da cidade, foi o caso do bombardeio de 25 de setembro de 1893, quando um dos projetís dos canhões do Aquidabã destruiu o campanário da igreja de Nossa Senhora da Lapa dos Mercadores, no centro da cidade. Por milagre, o único dano foi causado ao dedo da estátua que representa a religião.
Em 16 de abril de 1894 o Almirante Custódio de Mello partiu com a esquadra revoltosa, além dos vapores armados Iris, Meteoro, Uranus e Esperança para o sul do Brasil, com o intuito de tomar o importante porto e a cidade de Rio Grande (RS), posição importante para a causa revoltosa.
O Encouraçado Aquidabã, sob o comando do Comandante Alexandrino de Alencar,foi deixado no Desterro (Florianópolis), junto com as fortalezas, para proteger o porto local de ataques dos legalistas.
 
Projetíl do Aquidabã em exposição na igreja de Nossa Senhora da Lapa dos Mercadores (RJ.). Ele destruiu o campanário durante um bombardeiro
O navio encontrava-se, após vários meses de combate, em péssima condição; uma das torres de canhão não mais funcionava, as máquinas e caldeiras só permitiam uma velocidade de 4 nós e munição e carvão não mais encontravam-se na velocidade necessária a reposição adequada.
O Aquidabã permaneceu guarnecendo uma das entradas do porto do Desterro, enquanto se desenrolava o combate no sul. A esquadra revoltosa derrotada, refugiou-se na Argentina.
Enquanto isso, do Rio de Janeiro partia a esquadra legalista para dar combate as forças revoltosas no sul. A esquadra do Almirante Gonçalves era formada pelos Cruzadores Tiradentes, Andrada e Niterói, a Corveta Parnaíba, os Caça torpedeiros Gustavo Sampaio, Pedro Ivo, Pedro Afonso e Silvado e os Transportes Santos, São Salvador e Itaipú.
  

A torpedeira Gustavo Sampaio que torpedeou o Aquidabã
  A Batalha
Já nas águas de Santa Catarina, o Itaipú, em missão de reconhecimento, avistou o Aquidabã próximo a Ilha do Arvoredo.
No dia 16 de abril de 1894 os diversos navios da esquadra atacaram as várias das posições terrestres, cabendo as Torpedeiras o ataque ao Aquidabã. A Gustavo Sampaio liderando a coluna, investiu pelo canal em direção ao Encouraçado. A Pedro Ivo, com máquinas avariadas, afastou-se.
Próximos ao Aquidabã, a Gustavo Sampaio lançou 1 torpedo e a Pedro Afonso 2, nenhum deles atingiu o alvo, a Silvado circulava sem conseguir disparar. O fogo do Aquidabã, atraído para as torpedeiras, permitiu a Gustavo Sampaio desfechar um segundo ataque, lançando um torpedo que explodiu na proa do Aquidabã.
O Naufrágio
O torpedo alagou os compartimentos da proa do Aquidabã, que sem capacidade de navegar, voltou a um local raso, até conseguir apoiar o navio no fundo. Sem mais condições de navegabilidade os revoltosos abandonaram o navio, procurando asilo a bordo de navios estrangeiros ou fuga por terra.
O Aquidabã permaneu semi-submerso, apoiado no fundo até o final dos combates.


Tempos de paz
Em abril de 1894 o Cruzador Niterói incumbiu-se do resgate do Aquidabã, que foi rebatizado como Vinte e Quatro de Maio, o navio foi ligeiramente reparado no local e transportado até o dique da Ilha das Cobras onde, foram feitos consertos suficientes para a travessia do Atlântico. Com o final dos conflitos, e anistia aso revoltosos vivo, voltou a receber seu nome original.
Foi finalmente levado para os estaleiros "Vulcan", em Stettin na Alemanha, onde recebeu reparos no casco e máquinas. Nos estaleiros Elswik, em New Castle, no rio Tyne na Inglaterra, recebeu uma reforma nos armamentos. Recebeu também dois mastros militares que foram substituídos posteriormente por apenas um de observação.
Por fim, em 1906, durante uma viagem de reconhecimento para a construção do Arsenal de Marinha, naufragou devido a uma explosão em na Baía de Jacuacanga em Angra dos Reis (RJ.).
 

O Aquidabã, no dique da
Ilha das Cobras (RJ.), na parte inferior do casco, pode ser vito o rombo causado pelo torpedo do Gustavo Sampaio
 
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