...NAUFRÁGIO do CHUCK
 


Vista da entrada da Baía de Guanabara (a esquerda) e da praia de Maricá (ao centro e a direita) da posição do naufrágio.

 

Pesquisa
No início de março de 2005 recebi de um pescador de linha do Rio de Janeiro informações da posição de um possível naufrágio, segundo ele: "a linha aparecia suja de ferrugem". Um mês depois, outra informação de um caçador submarino indicava a mesma posição. No dia 14 de maio, seguimos para próximo a Ilha de Maricás ao norte do Rio para tentar localizar o naufrágio. O precário barco de pesca, com uma sonda, que embora combinada não funcionava, não facilitava muito o trabalho.
As duas posições de GPS distavam apenas poucos metros uma da outra. Com dois GPSs lançamos a âncora entre as posições e descemos para checar. Bingo! a menos de dois metros da âncora estavam os destroços.


 

Grupo que localizou o naufrágio: Maurício Carvalho,
Miguel Alex, Luiz Baltar e Leonardo Pimenta
 

Chuck
  O mergulho
Às águas que circulam sobre o naufrágio são muito influênciadas pelo desague da Baía de Gunabara, por isso, costumam ser escuras na superfície; no fundo, muitas vezes estão mais claras. Também grande quantidade de lixo acaba se acumulando sobre os destroços vindos dos aterros sanitários do fundo da Baía de Guanabara.
Assim estavam as condições do mergulho no dia da descoberta. Com poucos minutos no fundo localizamos uma cabeça, que a luz das lanternas parecia ser de porcelana, porém o rápido contato mostrou ser plástica, fantasmagoricamente manchada pelo lodo, e cheias de marcas como cicatrizes de um rosto ferido.
Ao chegarmos na superfície o Leonardo proferiu que parecia Chuck o Boneco assassino, ficou o nome.

DADOS BÁSICOS

Nome do navio: "Chuck"

Data do afundamento: 1800 - Sujeito a confirmação

LOCALIZAÇÃO

Local: Maricás

UF: RJ.

País: Brasil

Posição: Ao largo da praia de Maricá. A 0,7 milhas náuticas da Ilha Maricá

Latitude: 23º 01' 17" sul

Longitude: 042º 56' 26' oOeste

Profundidade mínima: 33 metros

Profundidade máxima: 35 metros
DADOS TÉCNICOS
Comprimento: aproximadamente 40 metros
Tipo de embarcação: veleiro
Material do casco: ferro Propulsão: vela
CONDIÇÕES ATUAIS: desmantelado e enterrado
     
Descrição
O naufrágio encontra-se assentado no fundo, desmantelado e enterrado. Ele pode ser delimitado em todo o contorno pelo resto do cavername e casco, apresentando uma das extremidades bem definida e afilada, o que acreditamos ser a proa. Na proa, existe a boreste um guincho de cabrestante e no centro um guincho normal.
Seguindo-se em direção a popa (?) pode ser encontrado a parte superior de um mastro com o suporte do mastaréu, segmentos e reforços de mastro. No fundo da embarcação grandes toras de madeira podem ser visualizadas.
Junto à popa está a base do mastro ainda em pé, porém partido cerca de 3 metros acima do fundo, em volta dele diversas ferragens.
 

Vista das Ilhas Maricá da posição do Naufrágio,
a seta vermelha indica a posição do Naufrágio do Moreno.

Atrás do mastro está uma peça composta por discos com um eixo passando pelo meio, aparentemente compunha algum tipo de máquina ou mais provavelmente uma bomba de porão. Junto ao que seria a popa, está uma grande âncora almirantado presa ao fundo por uma das unhas e de onde segue um pedaço de corrente. Nos bordos foram localizados pedaços de ferros e armações de bigota.
 

Guincho do tipo cabrestante

Base do mastro inda em pé

Possível bomba de porão

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Observação: Este croqui não deve ser utilizado para o planejamento de mergulho, pois ele ainda é fruto
de poucas observações e o mergulho a 35 metros, em águas escuras requer planejamento acurado
 
 

Pesquisa em Andamento
Uma das possibilidades existente para a identificação deste navio é que seja a sumaca brasileira Malteza, atacada e afundada pelos Ingleses.
" Dentro dos "direitos" que se atribuíam, navios ingleses praticavam na costa brasileira verdadeira pirataria, baseados em leis do almirante britânico que autorizava abordagem e confisco de embarcações sob suspeita de transportar escravos... A sumaca Malteza, saindo no dia 16 para Cabo Frio
do porto do Rio de Janeiro... foi tomada pelo vapor de guerra S.M.B. Sharpshooter... sendo depois metida à pique... em frente a Maricá..."
Uma das cargas da Malteza era tecidos, e grande quantidade deles foi localizado durante os mergulhos.

(Extraido do Jornal do Commércio)

 

Shipwreck WRECK WRAK EPAVE PECIO

 

Guincho de cabrestante visto por baixo aparentemente trata-se de um sistema de bomba âncora almirantado Mastro de ferro Segmento de mastro