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Pesquisa A pesquisa do Santa Catharina na realidade começou em 1993, quando foi encontrado o naufrágio do Guadiana. Na época, ainda não se conhecia a identidade desse navio e os operadores de Abrolhos entraram em contato comigo buscando informações sobre os naufrágios da região. |
Do SINAU
foi extraída uma lista de 24 navios afundados nos Abrolhos. Inicialmente
pensou-se que o Guadiana seria o Arthemis
e assim ele foi chamado por cerca de um ano, mas minhas pesquisas no
local mostraram em 2004 a real identidade do naufrágio. |
Popa adernada para bombordo e o volante do leme |
| No
início de fevereiro de 2007 um pescador aceitou vender a posição
do naufrágio. Os diversos Instrutores, Supervisores de mergulho,
juntamente com os donos das operadoras resolveram em conjunto, arcar com
os custos da informação e negociaram. De posse da posição partiram para o local e BINGO!! lá estava o naufrágio. No mesmo dia à noite, já entravam em contato comigo e as suspeitas ficaram mais fortes, pois além da carga ser a descrita para o Santa Catharina, as medidas do naufrágio eram compatíveis com a do cargueiro alemão.
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Através
da X Divers,
escola do Rio de Janeiro, veio o convite para seguir ainda no carnaval
em direção a Abrolhos, para que a bordo do TITAN,
que agora conta com o apoio do inflável Turuna, agilizando as operações,
pudemos fazer os estudos de comparação e a avaliação
necessária para a confirmação da identidade do naufrágio.
Com um enorme apoio da equipe da X Divers, do Thomas, novo proprietário do TITAN, assim como de toda a equipe de Instrutores de mergulho de Caravelas, ficou muito fácil levantar os dados para caracterizar o Santa Catharina. Voltamos dos abrolhos confiantes que era realmente o Santa Catharina. |
Confira
a semelhança entre o grande leme e o hélice armado no lançamento
do navio e o que restou no fundo dos Abrolhos
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Mas
pesquisas reservam sempre surpresas!! |
Rolos de arame |
Os rolos de borracha ocupam grande parte dos destroços |
Barris de cimento |
A bem da verdade é preciso dizer que a identificação já havia sido muito bem feita pelos mergulhadores e operadoras de Caravelas, que trabalhando juntos já haviam levantado os dados necessários à confirmação do achado. Um trabalho, que pelo exemplo de cooperação, deveria ser copiado em todo o Brasil. |
Histórico A companhia alemã Hamburg Sudamerikanische Dampfschiff, conhecida como Hamburg Sud, é uma das maiores e mais antigas companhias de navegação do mundo e já nos meados do século IXX dominava boa parte do comércio entre portos da Europa e da América do Sul. No dia 19 de janeiro 1907, a companhia lançou em Geestemünde na Alemanha o paquete Santa Catharina e pouco depois seu sister-ship o Santa Lucia. Esses dois grandes vapores com mais de 100 metros de comprimento e 4200 toneladas ampliavam a capacidade da companhia de transporte de passageiros e carga. Em 1914, devido as disputas territoriais e a divisão das colônias entre as grandes nações imperialistas, aumentava rapidamente a rivalidade, ainda alimentada pelo nacionalismo extremado e pela corrida armamentista. Em agosto, diante da impossibilidade de resolverem pacificamente essas questões, formaram-se duas fortes alianças oponentes. A Tríplice Entente, composta inicialmente por Inglaterra, França e Rússia e a Tríplice Aliança, formada por Áustria, Hungria, Alemanha e Itália. O conflito alastrou-se rapidamente da imobilidade das trincheiras em terra, para embates navais de grandes proporções. Em pouco tempo os vasos de guerra levaram a insegurança a todos os oceanos, explodia a 1ª Guerra Mundial. |
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Apesar
da inicial neutralidade do Brasil perante a situação Europeia,
as duas alianças mantinham frotas de combate na tentativa de manter
um bloqueio contra a navegação comercial rival e diversos
incidentes foram descritos pela imprensa da época. A Inglaterra concentrava na região dos Abrolhos, onde ainda não existia uma estação telegráfica, uma grande frota composta pelos navios: Defense, Kent, Invencible, Inflexible, Glasgow, Carnavour, Corwall, Bristol, Macedônia e Orama, além de oito cargueiros lotados de carvão. Daí, partiam para o corso pela costa do Brasil. |
Ainda
em agosto de 1914 a imprensa denuncia que o cruzador leve inglês
H.M.S.
Glasgow realizava ataques na costa do Brasil contra navios alemães.
Logo depois, o vapor Tiradentes do Lloyde Brasileiro comunicou ter cruzado
com o Glasgow em completo pé de guerra, com convés varrido,
muradas arriadas, escaleres retirados e canhões destampados.
O Cruzador inglês Mammoth mandou parar o paquete Maranhão do Lloyde Brasileiro a apenas 6 milhas da costa, em frente à ilha do Arvoredo, SC. O cruzador, enviou em um bote com dois oficiais a bordo do Maranhão e eles revistaram completamente o navio brasileiro. A Alemanha também afundou alguns importantes navios ingleses entre eles o Vandyke. Nesse clima de bloqueio naval o Santa Lucia chegou ao Rio de Janeiro vindo da Europa enquanto o Santa Catharina aportou em Pelotas com uma carga proveniente de Nova York que ficou retida na alfândega. Existem os pedidos para que o Ministro da fazenda desse autorização para que a Associação Comercial de Pelotas pudesse retirar essa mercadoria. |
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Entraram no porto do Rio de Janeiro no dia 04 de setembro a canhoneira alemã Eber, transformada em navio mercante procedente de colônia alemã na África e o paquete alemão Santa Lucia, que partiu dessa capital a 10 de agosto com destino ao porto de Vitória, ES. O comandante do Santa Lucia declarou que não conseguiu entrar em Vitória, ES. devido aos cruzadores ingleses que cruzam o oceano. | ||||||
Os
ingleses patrulhavam regularmente a costa com 3 cruzadores leves entre
eles o H.M.S.
Glasgow, e tentavam impedir o comércio da Alemanha com outras
nações e assim sufocar o esforço de guerra. Quando
o Santa Catharina tentou realizar a viagem de retorno, provavelmente |
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Descrição O Santa Catharina encontra-se apoiado corretamente no fundo e os destroços apresentam-se divididos em três grupos principais. A proa está inclinada para trás e ligeiramente para bombordo, nela estão o guincho principal, escovéns e dois cabeços de amarração, mas não há correntes e nem âncoras. Sob a proa podem ser encontrados duas séries de banheiros e válvulas de pressão do guincho. Atrás do castelo de proa o navio está partido e aberto para o mar pelos dois bordos. Seguindo-se em direção a meia-nau estão caídos outro guincho, alguns cabeços de amarração, escadas e muitos ferros. A estiva do primeiro porão pode ser localizado neste trecho. |
Iniciando a
segunda parte, o navio está preso a bombordo em um pequeno chapeirão,
deste ponto para trás, partes do casco se elevam nos dois bordos
estando o navio em forma de canoa. Deste chapeirão pendem para fora
do navio o mastro e seu pau-de-carga, o guincho deste mastro está
caído no meio da canoa. No fundo junto ao casco de bombordo são caídos 3 cachimbos de ventilação parte de uma caldeira e alguns outros destroços. Neste ponto o casco está rompido e parte da carga de fios de arame está exposta. Dentro da canoa estão grande quantidade de destroços e mais um mastro de carga. No segundo terço do naufrágio estão à caldeira, praticamente invisível, tamanho a quantidade de destroços sobre ela e as máquinas a vapor do tipo Triple Expansion Engine, muito completas mas cobertas também por destroços. Sobre as máquinas estão dois condensadores. |
O cilindro de alta pressão das máquinas a vapor |
Proa adernada do Santa Catharina |
Neste ponto
dos destroços, outra abertura liga os dois bordos da embarcação
com o mar aberto. Por boreste, existe outro chapeirão e em sua
base, através do casco rompido, podemos ver parte da chaminé. |
No
centro da popa está o grande volante-do-leme com uma estrutura
circular. A popa pode ser penetrada embora não esteja em estado
de conservação adequada, dois banheiros também
estão em seu interior. |
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Informação Demais informações técnicas em publicações futuras e no SINAU. |
Mais fotos do
Naufrágio estão no Site
do fotógrafo Ary Amarante
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A quantidade de vida nos destroços é muito grande |
Abaixo da proa ainda existem registros de controle do vapor |
Profissionais
de mergulho de Caravelas, BA. como o Fabio, Walmir e Diego também
atuaram
fortemente para a localização e identificação do Santa Catarina |
Nosso
agradecimento aos amigos que apoiaram os trabalhos de identificação
e mapeamento
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Shipwreck WRECK WRAK EPAVE PECIO |
O TITAN foium dos mais confortáveis Living Abord do Brasil |
Equipe do mapeamento a bordo do Titan: Jonathan, Thomas, Maurício, Luciano e Mario |