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Histórico |
Os vapores possuíam 150 metros de comprimento, com
mais de 16.500 toneladas brutas, impulsionados por máquinas a vapor
do tipo Quadruple Expansion Engine, com uma potência de 1134
NHP. e dois hélices, o casco era duplo. Os navios eram ricamente mobiliados. Os camarotes da primeira classe estavam no nível acima do convés, alguns com sala, quarto e banheiro e os mais simples apenas com quarto e banheiro. Todos, assim como também os salões públicos possuíam ventiladores. A neutralidade assumida pela Espanha na Primeira Guerra Mundial, permitiu que os dois vapores continuassem a efetuar normalmente a carreira da América do Sul durante todo o período do conflito. A rota de travessia do Atlântico durava cerca de 30 dias, partindo a cada dia 17 de Barcelona e escalando em Cadiz e Las Palmas na Espanha, Canárias, além do Rio de Janeiro e Santos no Brasil, Montevidéu, no Uruguai, antes de atingir Buenos Aires. |
Transatlântico Principe de Asturias |
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A Viagem |
A viagem para a América
Latina de número 6 do Principe de Asturias iniciou-se em Barcelona,
com escalas em Cadiz. Saiu das Ilhas Canárias e atravessou o Atlântico
em direção a Santos. |
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O
Monumento "La
Carta Magna y las Cuatro
Regiones Argentinas" do Parque Palermo,
em Buenos Aires A única estátua recuperada do naufrágio, exposta no Serviço de Documentação Geral da Marinha (SDGM), 1º Distrito Naval, Rio de Janeiro |
Capitão José Lotina |
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Na manhã do
dia 06 de março, um domingo de Carnaval, chovia forte e a cerração
tornava a visibilidade quase zero. Soprava um forte vento leste e o mar
estava muito agitado e com grandes vagas, que chacoalhavam o navio.
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O
Naufrágio |
Ponta
da Pirabura, Ilha de São Sebastião, SP.
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O
navio bateu violentamente na laje submersa da Ponta da Pirabura, abrindo
uma enorme fenda no casco. Segundo o relato de alguns sobreviventes com
a entrada de água na sala de máquinas, duas das caldeiras explodiram, o
que provocou o rápido naufrágio. O Principe de Asturias desapareceu
em menos de cinco minutos, levando com sigo cerca de 450 almas. Muitos homens,
mulheres e crianças foram lançados ao mar na escuridão
da noite, sendo arremeçados pela violência das vagas contra
o íngrime costão da ponta da Pirabura. Outros, com destino
não menos cruel, pereceram presos no interior do navio, que submergiu
rápida e completamente devido a grande profundidade do local. Oficiais do navio relataram que na ponte de comando o Capitão José Lotina e seu primeiro oficial Imediato Antônio Salazar Llinas decidiram por fim a suas vidas, dando um tiro na cabeça; os corpos dos dois oficiais nunca foram encontrados. |
Posição
do Principe de Asturias
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Após o desastre |
Muitos
corpos acabaram por chegar as praias da Ilha de São Sebastião
e as histórias de horror, heroísmo e roubo dos cadáveres
pulula o imaginário da Ilha. Alguns sobreviventes, agarravam-se a
fardos de cortiça para manter-se na superfície. O navio inglês
Vega recolheu muito dos sobreviventes e alguns cadáveres. Mas, a
grande maioria de corpos, foram dar a baia de Castelhanos, em Ilhabela e
na Praia Grande em Ubatuba. O lugar, ainda hoje ermo, apresentava tantas dificuldades de acesso que os corpos foram enterrados na própria praia. Os números oficiais falam em 445 mortos entre os 578 passageiros e tripulantes. Nunca foi provado que existiam imigrantes viajando não registrados. Nos alojamentos próximos da sala de máquinas e caldeiras, podiam ser acomodadas mais de mil pessoas. Em 1989 foi autorizada a salvatagem; muitas partes dos destroços foram dinamitadas e retiradas. louças, talheres, garrafas e apetrechos de marinharia foram recuperados juntamente com parte da carga de metais. Para este resgate foi instalado um teleférico de carga, por onde era retirado o material salvatado. Parte das estruturas de sustentação deste sistema, ainda podem ser vistos junto a Ponta da Pirabura, no costão acima dos destroços. Em 01.10.1990 duas estátuas de mulheres do monumento argentino "La Carta Magma y las Cuatro Regiones Argentinas" foram recolhidas. Uma delas está hoje em frente ao Serviço de Documentação Geral da Marinha (SDGM), na Ilha das Cobras RJ. |
Uma das pás do hélice extraída durante os trabalhos de resgate. foto: Jornal Informar |
O
Mergulho |
Ao atingir o local,
os mergulhadores ainda precisam conviver com um mar sempre agitado. |
Águas
escuras e grande profundidade obrigam o uso de equipamento técnico
e cuidado na exploração.
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Os Destroços |
O navio está
praticamente paralelo ao costão, com sua proa voltada para leste
e a popa para Oeste. Como foi muito dinamitado, encontra-se desmantelado.
Meia-nau e popa estão apoiadas na areia e as caldeiras estão
soltas caídas no fundo. Na faixa dos 30 metros está depositado o grande eixo, que em alguns pontos mostra flanges abertas, o que poderia evidenciar que o navio colidiu com o fundo ainda com as hélices funcionando. O hélice foi retirado na operação de resgate. |
Croqui do Principe de Asturias
realizado pelo mergulhador Raul Cerqueira
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Agradecimentos
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Organização: Carlos Bruno e Daniel Degan |
Shipwreck WRECK WRAK EPAVE PECIO |