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Em
2003 um novo naufrágio foi descoberto em Abrolhos.
As primeiras informações seguras foram passadas por Marcelo
Polato, que realizou uma expedição ao recém descoberto
naufrágio. Durante os mergulhos foram encontradas peças gravadas
com o nome NEBULA e o símbolo de uma estrela. O mesmo símbolo
foi identificado por Marcelo, na lateral da chaminé caída
ao lado do vapor. As pesquisas nos jornais antigos indicaram que existia na Companhia de Navegação Carioca, cujo o símbolo era uma estrela, dois navios: o Cometa e o Nebula. A partir de fevereiro de 1892 o Nebula desaparece dos anúncios navais. Porém, não existia notícias sobre o naufrágio e além disso, neste mesmo período, a companhia sofreu uma mudança acionária. Logo depois, começou a aparecer um novo vapor de nome Santelmo. Como não havia nenhuma notícia do afundamento do Nebula ou outro anúncio de viagem, até 3 anos após o último anúncio identificado, ficamos sem saber se ele realmente afundou ou foi vendido após a incorporação do Santelmo, por motivos de distribuição financeira entre os novos acionistas. A louça e utensílios de bordo, por se tratar de uma pequena companhia, podem ter sido aproveitadas e por isso mantido com o nome antigo. O que poderia significar apenas uma mudança do nome da embarcação. Neste caso, o naufrágio poderia ser de outro navio. |
Corais típicos da superfície do Parcel das Paredes |
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Histórico Sabe-se,
que este era um vapor misto (vapor e velas), já que foram encontrados,
além das máquinas,
os reforços de mastro com sistema
de malaguetas que serviam para a fixação dos cabos das
velas. |
Sistema de malaguetas do mastros |
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Depois
de alguns anos de pesquisa uma nova confirmação da identidade
deste naufrágio apareceu em janeiro de 2019, durante uma viagem
de trabalho em Salvador, me foi apresentado por um mergulhador essa peça
de porcelana retirada do naufrágio no ano de 2010. Deixando claro que nenhum dos objetos foi retirado por mim, apenas fotografei as peças para registro e documentação.
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Descrição O navio está apoiado corretamente no fundo. A popa está acerca de 13 metros e a estrutura do casco está integra até a frente do casario de meia nau, a partir daí, o casco está totalmente rompido e misturado ao chapeirão. A proa está separada do resto do navio, por cerca de 10 metros e caída para bombordo, atingindo cerca de 5 metros de profundidade. |
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Na popa, está
o leme, mas não existem hélices e eixos, que parecem ter sido
retirados. No espelho de popa, está parte do volante do leme, dois
cabeços de amarração e boa parte da murada. O convés inexistente, que parece ter sido de madeira, não mais existe, sua estrutura está colapsada. Alguns turcos guarnecem as bordas. O navio tem uma das salas de máquinas mais completas dos naufrágios do Brasil. Podem ser vistos dois hélices reservas, duas máquinas a vapor de quatro cilindros e seus eixos. Num nível mais elevado está a caldeira, com seus coletores de fumaça e ventiladores. Pelas laterais da caldeira pode ser atingida a proa. Ao lado do casco no fundo a meia nau está a chaminé, onde está o símbolo de uma estrela. |
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Escada na sala de máquinas |
O naufrágio está recoberto de corais |
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No
casario (retirado do croqui) existem dois pequenos compartimentos, sendo
um deles a cozinha. A partir da frente do casario, o convés está
todo destruído, coberto pelos corais e a bombordo fundido ao chapeirão,
não sendo possível identificar com facilidade nenhuma peça
do navio. Na lateral de boreste, forma-se um corredor entre os destroços
e o casco que segue até o início do castelo de proa; onde
o navio está completamente rompido.
A proa está a cerca de 10 metros a frente e caída para bombordo. Uma corrente sai da ponta da proa e contorna o chapeirão frontal. |
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Shipwreck WRECK WRAK EPAVE PECIO |
Agradecimentos
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