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Histórico |
Shipwreck WRECK WRAK EPAVE PECIO
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Navio
semelhante (Glenlyon) da mesma companhia
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O
naufrágio Segundo as notícias dos jornais e inquérito do Tribunal Marítimo, o Glenlogan viajava de New York para Natal, tendo tocado em portos do Pará e Maranhão. Era comandado pelo capitão Stepham James Rains e sua tripulação era composta de 20 homens, nessa viagem estavam a bordo 2 passageiros. O vapor levava um carregamento com vários gêneros, entre eles aguardente, terebintina, 15.000 caixas de querosene e vagões de trem para companhia da estrada de ferro de Natal. Na madrugada do dia 03 de junho de 1881, a aproximadamente 100 milhas ao sul do porto do Ceará (Fortaleza), irrompeu um incêndio a bordo. Segundo a análise do tribunal; o primeiro engenheiro de bordo Robert Fowler mandou, sem que o capitão tivesse conhecimento, o terceiro engenheiro Thomas Leslie, que realizava sua primeira viagem no mar, abrir um buraco em uma parte do coletor de gases à bombordo das máquinas. A tocha, provavelmente atingindo os gases do querosene gerou um incêndio descontrolado. As caixas de querosene, explodiam a cada instante e pioravam a situação. |
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O
fogo se tornou descontrolado, principalmente na popa e quando o comandante
S. J. Rains foi informado do incêndio e tomou as providências
para extingui-lo já era tarde. Assim, percebendo a gravidade da situação
ele ordenou o abandono da embarcação. A saída da tripulação
e passageiros do vapor foi feita tão rápida que nada puderam
salvar, nem mesmo os registros do navio. A corte inglesa também deliberou que o abandono da embarcação foi precipitado, porém, considerando a perigosa carga a bordo e a necessidade de abandono em ordem e segurança, inocentou o comandante. O primeiro oficial Thomas Adamson participou ativamente do controle do fogo e supõem se que tenha perecido abordo. |
O casco de ferro, com claros sinais de derretimento pelo fogo |
Proa
com seu reforço adernada para boreste
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Âncora
de boreste
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Escovéns
caidos ao lado do casco
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Às
10 horas da manhã, com o mar muito agitado, o abandono foi feito
em uma lancha com o capitão dois passageiros e nove tripulantes e
um escaler, sob o comando do primeiro oficial com 11 tripulantes, um dos
bombeiros de bordo foi esquecido a bordo e o escaler voltou para resgata-lo. O guarda-mor da alfândega de Fortaleza Dr. Marel Digno e o cônsul inglês mandaram imediatamente sair uma lancha leve a procura do outro bote, além de agentes em bicicleta para correr a costa até Aracatí. No entanto, nada foi encontrado. Supôs-se que os náufragos deram à costa em algum outro porto, talvez Aracati. O cônsul inglês Dr. Willian Stuart logo que teve conhecimento do fato providenciou para que todos os marinheiros recebessem os devidos cuidados e acomodações. No dia 06 duas, léguas abaixo de Iguape, o segundo escaler com o comandante, dois passageiros e nove tripulantes chegaram próximos a terra quando o barco virou e foi lançado a praia. Todos se salvaram, mas perderam seus pertences. caminhando caminhando atingiram, às 10 horas, o porto do Mucuripe. Estavam em estado lastimável, descalços e com os pés chagados, provavelmente por andar durante todo o dia e à noite. De lá foram transportado em duas carroças e um carro e finalmente, ao meio dia, chegaram a Fortaleza onde foram também acolhidos. No dia 07 os jornais noticiaram que o vapor Glenlogan foi visto na manhã do dia 6 passando à frente a barra de Fortaleza, completamente abandonado e já sem mastreação. Subia o litoral em direção ao norte, empurrado pelas correntes e pelo vento. O incêndio a bordo ainda dava sinais de estar consumindo a carga e uma grande coluna de fumaça cinza subia aos céus. Jangadeiros de Mucuripe conseguiram chegar até o vapor, mas não tiveram êxito em embarcar devido ao forte calor que emanava do casco. Foi sugerido na época, que se não tivesse ido a pique durante o trajeto, teria dado a costa em Piraquara. Mas as notícias subsequentes indicaram que o navio naufragou a 30 milhas ao norte de Fortaleza e a 10 milhas da costa (na verdade 7 milhas na região de Paracuru) em profundidade de 19 metros (10 braças), deixando a ponta dos mastros fora d'água. Os tripulantes do Glenlogan retornaram a Liverpool a bordo do vapor Arthur. O tribunal concluiu que o único culpado pelos acontecimentos foi o primeiro engenheiro R. Fowler que teve seu registro suspenso por seis meses. O tribunal também acusou o governo brasileiro, por estar o farol de Mucuripe apagado entre 2:30 e 4:00 horas da manhã, embora o incêndio tenha ocorrido a cerca de 100 milhas do farol. |
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Descrição |
O
navio encontra-se acerca de 12 milhas da barra de Siupé e a costa
pode ser vista do ponto do naufrágio.
Os destroços estão em bom estado de conservação, o casco de ferro rebitado está apoiado em um fundo de lama com areia fina e a proa do navio está tombada para boreste com o casco já destroçado. O casco, que era rebitado, possui cerca de 60 metros de comprimento e em diversops pontos pode ser visto o efeito do incêndio criando uma massa arredondada e compacta. Existem duas caldeiras de 3 fornalhas de cerca de 3 metros de diâmetro. Na proa, junto a areia existe uma grande âncora almirantado cepo transverso com sua corrente. Também estão caídos os dois escovéns e um turco. Nos porões os eixos e rodas de trem estão alinhados mostrando estarem os vagões alinhados. Também existem guinchos e cabeços de amarração. Na popa arredondada ainda existe o bordo alto e junto ao fundo o hélice e leme estão parcialmente enterrados na areia. |
Caldeira
no centro da embarcação
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As
rodas de trem que faziam parte da carga
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Convés
de proa já colapsado
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shipwreck wreckMAgradecimentos |
Agradecimentos
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