...NAUFRÁGIO do FARIA LEMOS
 

Histórico
Vapor dedicado à linha entre o Rio de Janeiro e os portos de Vitória e Caravelas. Ainda era novo, quando em sua última viagem saiu do Rio de Janeiro dia 29.08.1890 rumo a Caravelas com escala em Vitória, levando cerca de 60 passageiros e 28 tripulantes além do capitão e grande quantidade de cargas diversas embarcadas no porto do Rio.
O Faria Lemos naufragou em consequência de um encalhe devido a cerração, às 7:30 h da noite de 30.08.1890 na linha de recifes da região, conhecida com Três Ilhas, em frente à praia de Guaibura, Nova Guarapari. Na região de Guarapari, ES.
Apenas uma vítima da tripulação foi registrada. Todos os passageiros e demais tripulantes se salvaram, chegando à Guarapari na mesma noite. Toda a carga foi perdida, sendo salva apenas uma das malas do correio e o dinheiro.


Ponta de Guarapari, ES.

Shipwreck WRECK WRAK EPAVE PECIO  

Foto da praia de Guaibura da posição do Faria Lemos


Foto da Praia da posição do Faria Lemos nas Três Ilhas.

 

DADOS BÁSICOS

Nome do navio: Faria Lemos Data do Naufrágio: 31.08.1890

LOCALIZAÇÃO

Local: Guarapari

UF: ES.

País: Brasil

Posição: Entre nova Guarapari e Meaípe

Profundidade mínima: 0 metros

Profundidade máxima: 12 metros

MOTIVO DO AFUNDAMENTO: choque

CONDIÇÕES ATUAIS: desmantelado e enterrado
DADOS TÉCNICOS
Nacionalidade: Brasileira Armador: Cia Estrada de Ferro Bahia e Minas
Tipo de embarcação: Vapor
Material do casco: madeira Propulsão: vapor
Carga:barris de azeite e óleo
 
Os dados e toda a história do Faria Lemos foi recuperada pelo pesquisador Ivo Brasil (veja outras matérias do autor)
 

 

Descrição

Depois de dias fazendo excelentes mergulhos com a operadora Atlantes, em Guarapari, resolvemos fazer um mergulho fora do circuito tradicional. Pesquisamos no Site Naufrágios do Brasil por outras alternativas de naufrágios na região: encontramos o que estávamos procurando!
Contamos com a atenção da equipe da Atlantes que nos indicou como chegar ao Faria Lemos.

   
Saímos numa traineira do canal de Guarapari no dia 13de janeiro de 2007.
O mar estava calmo e em 40 minutos estávamos no ponto de mergulho, 20 minutos depois, os destroços haviam sido localizados e fixada uma boia para orientar a descida.
O naufrágio está posicionado próximo aos recifes entre 8 e 12 metros de profundidade. Os mergulhos foram realizados entre os recifes e a praia. Por estar próximo à praia, à visibilidade não costuma ser das melhores (2 metros). Neste mergulho demos sorte, estando à visibilidade entre 8 e 10 metros.
 
 


Eixo, ligado as máquinas

  Descemos pela boia que estava presa às máquinas do navio, que se encontram apoiadas de lado no fundo de areia, aos 10 metros de profundidade. Muito perto estão duas caldeiras: uma íntegra com aproximadamente 3,5 metros de comprimento e a outra desmanchada, com seus trocadores de calor caídos uns por cima dos outros.
Atrás das caldeiras encontramos o que nos pareceu ser o condensador. Encontramos também um tijolo de cerâmica, normalmente utilizado como revestimento, isolando o calor da sala das caldeiras. Próximas ao condensador foram vistas duas peças em formato de prato, com 2 metros de diâmetro, uma por cima da outra. Não identificamos qual seria a função dessas peças.

O naufrágio está desmantelado, sendo possível ver em toda a sua extensão pedaços de chapas de metal muito finas, parecendo ser o revestimento do casco e peças menores entre as pedras. Foram vistas também diversas peças em formato de barril (1,0 x 0,7 m) posicionadas lado a lado e empilhadas.

Agradecemos ao Índio nosso marinheiro e o Hertz, Dive master que nos auxiliou nos mergulhos.

 
 
A Descrição do naufrágio acima foi gentilmente cedida pelas mergulhadoras Jonia Paim e Cristiana Lopes
 

 
shipwreck wreck