Destino: naufrágio | ||
Mergulhei num Naufrágio ! E Agora | ||
Não é necessário ser um especialista para desfrutar das
belezas |
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Revista
Mergulho, Ano XII - Nº 145 - Agosto/2008 |
Texto:
Maurício Carvalho |
Recebo muitos E-mails por semana de mergulhadores que não conheço, mas mês passado um deles em particular me chamou minha atenção. "...Gostaria
muito de fazer seu Curso de Naufrágio, mas em época de crise de
petróleo, inflação voltando e com a carga e impostos que
temos, melhor manter as brânquias molhadas mesmo cometendo alguns erros,
do que virar um lagarto certinho no deserto... Como devo proceder para estar seguro?
..." |
Estado
de conservação Ao longo de seu tempo submerso, o naufrágio passa por diversas fases. |
NAUFRÁGIO
INTEIRO São aqueles em que o mergulhador poderá estar debaixo e um teto e em ambiente escuro. Nestes casos, a primeira providência é planejar apenas uma exploração externa. Deixe isso claro com seu dupla. O maior risco deste mergulho é a penetração sem a experiência em ambientes sem acesso direto à superfície. Esse tipo de naufrágio exige do participante um sistema de respiração e iluminação de qualidade e com redundância, pois os mergulhadores precisarão retornar ao exterior em segurança caso uma falha no fornecimento de gás ou iluminação aconteça. Somente um bom curso pode prepará-lo para todas as eventualidades. Além disso, o risco de perder-se no interior dos destroços é grande. Uma carretilha e conhecimentos da estrutura interna de um navio são fundamentais para que a segurança seja mantida. O cuidado deve ser com o manuseio da carretilha um dos problemas mais freqüentes durante as penetrações. |
NAUFRÁGIO
SEMI-INTEIRO 1
- Perda de continuidade entre peças; |
NAUFRÁGIO
DESMANTELADO Um dos riscos a que você está exposto quando se aventura em destroços desmantelados é a desorientação, já que o cenário do fundo torna-se caótico. Uma confusão de peças - para aqueles que não entendem a configuração dos navios - e a dinâmica das estruturas. A solução pode ser a utilização de um croqui plastificado, que possa ser consultado durante o mergulho facilitando a sua localização. |
NAUFRÁGIO
ENTERRADO Naufrágios desse tipo são muito seguros para os mergulhadores sem experiência. O único risco e passar pelos destroços sem perceber que no local existe alguma coisa. É importante para você entender que combinações dessas formas também poderão ser encontradas, e servem para definir seus limites (até onde ir) durante o mergulho. |
Distribuição dos destroços | ||
NAUFRÁGIOS
PERPENDICULARES A COSTA Na maioria dos mergulhos em naufrágios do Brasil o navio chocou-se com a costa, afundando rapidamente. Sua proa está muito próxima ao costão, sendo normalmente o ponto de início do mergulho. Neles o mergulhador deve localiza as peças de proa, confirmando a posição do navio e seguir na direção da popa (fundo). | ||
Não
perca tempo observando peças no raso, vá direto para o ponto mais
profundo planejado para seu mergulho e de lá retorne a superfície
realizando um mergulho multinível. O procedimento correto permitirá
um tempo de fundo maior e mais segurança descompressiva. Durante a subida, um percurso com padrão em "U" permitirá conhecer todo o navio e manter a redução de profundidade. Ao perceber que as peças estão terminando basta subir alguns metros e retornar no percurso. Você poderá terminar seu mergulho no raso observando as peças que havia deixado pra trás no início do mergulho. (Buenos Aires - 1890 ao lado). | ||
NAUFRÁGIOS
EM FUNDO PLANO Neles, não existe normalmente a costa como abrigo e orientação. Por isso, um cabo de descida costuma ser preso aos destroços e descer e subir por ele é a garantia de retornar em segurança a seu barco. |
FORMA
DE CANOA A forma clássica de canoa ocorre quando um naufrágio, apoiado no fundo, mantém a estrutura do casco, mas os convéses internos desabam. O casco permanece como uma espécie de cerca entre o interior do navio e o resto do mar. São naufrágios fáceis de explorar. As únicas preocupações devem ser de identificar o casco do navio, pois ele é o limite dos destroços e em que local está fixado o cabo de subida, que normalmente é uma das extremidades do navio. |
FORMA
DE LADO |
NAUFRÁGIOS
PARALELOS A COSTA Quando um navio não afunda assim que se choca contra a costa, normalmente a força do mar acaba por lança-lo paralelo à costa. Nesses destroços não existe diferença significativa na profundidade, por isso, o mergulho pode ser feito a partir de qualquer ponto. Normalmente você identificará, próximo ao costão, um casco que se projeta para cima e o casco do outro bordo, não pode ser localizado pois está enterrado. Grandes peças como caldeiras e mastros devem estar caídas junto a areia. |
Com algum planejamento
prévio, prudência e algumas dicas de mergulhadores que conhecem o
local, mesmo que você não entenda de naufrágios, poderá
orientar-se com segurança, realizar ótimos mergulhos, divertir-se
e principalmente ser feliz (ultimamente esse tem sido o mergulho mais difícil). |
Curso de Mergulho em Naufrágios | |
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Maurício Carvalho é biólogo, instrutor especialista em naufrágios, autor do SINAU (Sistema de Identificação de Naufrágios) e responsável pelo site Naufrágios do Brasil. | |