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S.S.
Jeremiah O'Brien
The National Liberty Ship Memorial - San Francisco |
O
SS Jeremiah O'Brien é um dos dois únicos navios da classe
Liberty Ship ainda em funcionamento entre os 2.751 construídos
e lançados durante |
Batalha
do Atlântico No início de 1942 a Alemanha desencadeou uma operação conhecida como Paukenschlager, ("Batida de Tambor"), que consistia em uma grande campanha de ataques a navios militares e cargueiros bloqueando as rotas do Atlântico Norte. Para isso utilizava sua frota de submarinos, os temidos U-Boats (Unterseeboot). O objetivo era estrangular os esforços para manter a Inglaterra e posteriormente os aliados abastecidos dos meios necessários a continuar o esforço de guerra contra as tropas do eixo. Durante esse período foram afundados nas rotas do Atlântico norte mais de 2.000 navios, totalizando cerca de 13,5 milhões de toneladas brutas de carga, com a perda de mais de 40.000 marinheiros. Esse capítulo do conflito mundial ficou conhecido como a Batalha do Atlântico, onde os Liberty Ships tem grande destaque. |
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Os
Liberty Ships
Para compensar as perdas navais foi elaborado um plano de construção em massa de navios cargueiros simples, mas resistentes, que pudessem suportar o violento Atlântico Norte, transportando grande quantidade de suprimentos principalmente dos Estados Unidos aos portos ingleses. O projeto dos Liberty Ships foi inicialmente proposto pelos britânicos em 1940. Foram contratados com estaleiros americanos a construção de 60 navios. Esses cargueiros com máquinas alternativas a vapor produzido por carvão com 2.500 NHP (Nautical Horse Power), eram de design simples e barato para permitir a reposição rápida das perdas de guerra. Durante a construção dos navios, a Comissão Marítima dos Estados Unidos examinou o projeto e fez alterações para diminuir ainda mais os custos e tempo de construção. As principais mudanças foram à adoção de caldeiras a óleo e a substituição dos rebites, de construção lenta, trabalhosa e especializada pela utilização da soldagem, uma tecnologia ainda nova na construção marítima da época. No início de 1941, a Comissão Marítima dos Estados Unidos fez uma encomenda de mais 200 Liberty ships. Para atender às necessidades de guerra foi implementado um programa para a construção de novos estaleiros especializados na montagem dos Liberty nas costas do Atlântico, Pacífico e Golfo do México. Ao longo dos quatro anos da guerra, os EUA produziram nesses novos estaleiros 1552 Libertys. |
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O projeto aperfeiçoou
métodos para pré-fabricação e produção
em massa. Os diversos componentes eram produzidos em todo os EUA, transportados
para estaleiros e montados em um tempo médio de 42 dias. Alguns
estaleiros mantiveram médias de construção de um
navio em duas semanas. Em novembro de 1942, como propaganda de guerra,
o estaleiro Richmond construiu o Liberty Robert E. Peary em 4 dias,
15 horas e 29 minutos. |
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A
rápida reposição dos navios perdidos, aliado a utilização
de comboios navais protegidos por unidades armadas, o que diminuiu a eficiência
dos submarinos e a cobertura da aviação, que passou a contar
com métodos eletrônicos para localizar os U-Boats na superfície,
assegurou que os aliados na Europa permanecessem bem abastecidos. Durante a guerra, os Libertys eram tripulados por uma guarnição militar de 12 a 25 homens e armados com 4 canhões e metralhadoras antiaéreas, que aumentavam a capacidade de resposta a aviões inimigos a ao ataque com canhões dos submarinos, tática utilizada pelo menos até 1942, mas posteriormente abandonada, devido a melhora da defesa naval na superfície. Após a guerra, além do legado tecnológico de construção para os estaleiros, muitos Liberty Ships continuaram operando como cargueiros civis por rotas de todos os oceanos do mundo até década de 1970. |
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S.S.
Jeremiah O'Brien
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O
Jeremiah O'Brien fica muito bem localizado no Píer 43 de San Francisco
no meio da região de maior atração de turismo da cidade.
A entrada custa U$ 20,00 e da acesso a todo o navio. Junto ao seu píer,
também está o submarino americano 383 USS Pampanito e muito
perto o Museu Marítimo da San Francisco com muitos itens sobre naufrágios. O navio ficou famoso por não ser bonito, mas a ele é creditado parte do sucesso dos aliados na batalha do Atlântico. |
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A proa alta com vista do canhão e de mais uma das torres de metralhadoras (circulares). |
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Casario central, com vista das duas torres de metralhadoras (circulares). |
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Sala de comando, camarotes, banheiros, cozinha, sala de refeições e corredores do navio, são todos muito simples e apertados. Testemunhas do esforço de guerra para manter os aliados abastecidos, Todos os cômodos são reduzidos para aumentar a capacidade de carga. Somente os quatro porões do navio são grandes. Hoje foram transformados emauditório, sala de palestra e outro abriga um museu sobre o esforço realizado para o transporte de suprimentos para as tropas. |
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O
porão de proa abriga um museus com interessantes peças da
segunda grande guerra. Em destaque um display mostrando os esforços
realizados
para desembarque da carga nas praias da Normandia durante as semanas que se seguiram ao Dia D. |
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A sala de máquinas do Jeremiah O'Brien é um capítulo a parte para os amantes de naufrágio. Todas as peças perfeitamente conservadas e lubrificadas como em uma verdadeira aula sobre as máquinas do século vinte. Cada engrenagem, caldeira ou tubulação remete a um naufrágio diferente. |
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O esquema do navio permite verificar a grande capacidade de carga dos 4 porões, prioridade do projeto |
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Informações sobre a construção estão disponíveis por todo o navio |
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Base das máquinas com as bielas e o eixo visíveis |
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Bielas das máquinas e quadros de controle |
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A sala de caldeiras a óleo e o painel de controle do vapor é um dos locais mais bonito do navio. Ao
lado o telégrafo de máquinas que recebe as órdens
da sala de comando
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Os mergulhadores de naufrágio que tiveram a oportunidade de realizar um bom curso entendem perfeitamente neste navio, porque o mergulho em naufrágios dura uma semana inteira e não apenas o tempo que passamos debaixo d'água. Detalhes como o início do sistema de soldas, que tão eficientemente permite datar os destroços no fundo e peças mais simples e funcionais estão espalhadas por esse museu. | ||||
Todas as estruturas são soldadas por pontos intercalados, tecnologia nova e economica |
Cabeços de amarração simples |
Nem mesmo o sino (sem nome) foi produzido especificamente e para este navio |
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Para não esquecer o terrível e estúpido período da guerra as armas estão presentes da proa a popa, na tentativa de proteger os Liberty ships da ação dos aviões inimigos e também da ação dos submarinos alemães, que nos primeiros anos da guerra vinham a superfície e intimavam os navios a parar afundando -os depois por ação de cargas de profundidade ou por tiros de canhão. Com a melhora da defesa aérea e naval os U-boats passaram a utilizar apenas os torpedos e no final do conflito, não possuíam mais canhão de proa apenas grupos de metralhadoras antiaéreas. |
Canhão de proa |
Canhão de popa |
Metralhadoras anti aéreas
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No
Brasil Em 03 de julho de 1943 o cargueiro Liberty Elihu B. Washburne, construído 1943 no estaleiro California Shipbuilding Corporation de Los Angeles navegava no litoral de São Paulo. Havia partido de Lourenço Marques (atual Maputo, capital de Moçambique) e escalado em Santos, onde embarcou uma carga de café com destino aos Estados Unidos, seguia para o Rio de Janeiro onde deveria fazer outra escala. Quando se encontrava entre a Ilha de Alcatrazes e a Laje de Santos foi subitamente atingido por um torpedo à boreste da proa, provavelmente lançado pelo submarino U-513. O navio afundou rápido, e os 42 marinheiros, 25 guardas-armados e três passageiros salvaram-se graças às balsas que o navio levava e ao bom tempo e mar na hora do ataque. Diferentes opiniões existem sobre esse naufrágio. Alguns mergulhadores afirmam que os destroços localizados a 60 metros são do vapor Campos, naufragado na mesma época. Assim, ainda não existe confirmação de sua localização. Os dois navios tem características de construção diferentes e um mergulho no local por mergulhadores com capacidade de distinguir características de construção pode solucionar o mistério. |
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Outras informações: |
Consulte nosso
guia de estruturas de vapores e conheça mais sobre sua construção
e características, caso deseje identificar as peças pelo
visual utilize o esquema na página de Navios à vapor.
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