.NAUFRÁGIO
do JAGUARIBE
VAPOR dos 48 |
Identificação
confirmada
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Assim
como outros naufrágios de Recife, não era conhecida a identidade
deste naufrágio, que acabou batizado como Navio ou Vapor dos 48,
caracterizado por sua profundidade.
Embora algumas pessoas atribuam nomes a esse naufrágio, não existia até agosto de 2024 provas conclusivas da identidade do Vapor dos 48. Sua profundidade e distância do porto de Recife faziam com que fosse um dos naufrágios menos visitados da região. Mas depois de quase 20 anos de pesquisa, conseguimos juntar as provas documentais com as provas de campo e realizar a identificação de mais esse naufrágio. |
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Anúncio de viagem |
A informação tão procurada |
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Dados técnicos do Jaguaribe no Lloyd's Register, indicando as medidas da embarcação. Jaguaribe - 56,6 metros de comprimento e 7,3 metros de boca. Medidas feitas no Vapor dos 48 (*) - 60,8 metros de comprimento e 7,65 metros de boca. * Sujeitas a pequensa variações pelo estado de desmanche do navio e imprecisão das medidas |
Registro do estaleiro indicando os cilindros diagonais e suas medidas (**) ** Medidas foram realizadas no exterior pois os cilindros encontra-se fechados. A medida dos cilindros (Bore) consiste no diâmetro interno, onde encaixava-se o pistão. |
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Histórico Construído em Glasgow na Escócia em 1860, pelo estaleiro John Reid & Co, Port, foi lançado ao mar em 14 de setembro de 1860 para a Companhia Pernambucana de Navegação Costeira a Vapor. Possuía originalmente 399 toneladas e apresentava 56,7 metros de comprimento e 7,3 metros de boca. Suas máquinas eram compostas dois cilindros com 130 nhp. Foi diversas vezes, devido a seu pequeno calado, fretado ao governo para transporte de tropas até Porto Alegre, durante a guerra do Paraguai (1864 a 1870). Em janeiro de 1873 a 1974, devido ao mal estado da embarcação, principalmente o casco que apresentava muitos vazamentos, o Jaguaribe retornou a Glasgow, refazendo o rebitamento do casco, substituindo as caldeiras, recebendo máquinas novas, com 2 cilindros diagonais (David Rowan & Co Ltd, marine engine builders) que forneciam 120 nhp. Os registros de jornais brasileiros também indicam que sua capacidade aumentou para 459 toneladas. Durante todo o período de 1880 a 1890 o vapor fazia regularmente a rota para o presídio de Fernando de Noronha, mas apresentava mal estado. Em março de 1881, o Jornal Diário de Pernambuco anunciava que o Jaguaribe só poderia navegar com suas caldeiras por mais quatro meses. No início de 1891 existe o registro que ele já não mais navegava e em março é anunciada sua venda no Jornal Diário de Pernambuco. |
Navio semelhante ao Jaguaribe, mas o vapor brasileiro provavelmente só tinha uma chaminé |
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O
Naufrágio
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As máquinas com dois cilindros diagonais estão em perfeita forma e são únicas entre os naufrágios do Brasil. Sua visão vale cada minuto do mergulho |
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Toda a proa do navio está praticamente vazia |
Caldeiras e o condensador do Vapor dos 48, praticamente sem carvão em volta |
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Ponto de inserção da roda de bombordo sem ruptura, que parece ter sido retirada |
A única roda, a boreste e o eixo excêntrico de transmissão. Configuração anormal para um navio que navegasse |
Aa duas rodas do Vapor de Baixo. Configuração clássica de um vapor de rodas quando naufraga durante a navegação |
Casco e cabeça de tartaruga, talvez vitimada por uma das muitas redes |
Um grande mero abrigado sob a rodas de propulsão |
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Descrição Este vapor de rodas encontra-se apoiado corretamente no fundo, porém a maioria do costado já despencou, mostrando apenas a silhueta do navio, com a clássica configuração da canoa do naufrágio. A proa possui um longo bico formado pelo que sobrou do gurupés, a parte de cima do casco, ainda com os dois escovéns, caiu a boreste da proa. Pouco restou da estrutura da proa a meia nau, dando a parecer que o navio foi desequipado antes do naufrágio. O casco de boreste cedeu e a parte superior dele caiu para fora do navio, cobrindo a parte inferior com a estrutura do convés. Por todo bordo de boreste, encontram-se as vigas que sustentavam o convés caídas para o interior da canoa do naufrágio. Seguindo-se em direção ao meio do navio restou muito pouco dos destroços. |
O centro da embarcação
é a parte mais interessante do navio. Lá está um
conjunto de máquinas a vapor único no Brasil, trata-se de
um Diagonal Direct Act
Engine. |
À frente das máquinas parte da chaminé caída para bombordo |
Os dois cilindros diagonais provoca o movimento do eixo excêntrico no alto |
O grande condensador totalmente aberto |
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Atrás dos
cilindros, alinhado com o centro da embarcação, encontra-se
de pé uma grande câmara de condensação e duas
caldeiras, estando a de boreste cerca de 2 metros atrás da de bombordo. |
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Parte do gurupés ainda projeta-se do que sobrou da proa |
Os dois escovéns ainda presos ao que restou do casco |
O leme está torcido para bombordo pode indicar o impacto da popa com o fundo |
Na proa parte do casco ainda resiste formando a canoa |
Na parte de popa todo o cavername está aberto no fundo |
Na popa o casco não resistiu,talvez devido ao choque com o fundo |
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Shipwreck WRECK WRAK EPAVE PECIO shipwreck in brazil Você já mergulhou no Vapor dos 48? então agora volta lá e vai conhecer o Jaguaribe !!! | ||
Agradecimentos
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