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Museu do Vasa
O mais completo trabalho de reconstituição de um navio naufragado |
Por:
Evandro Airton S. dos Santos
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Vasa era o orgulho da marinha sueca, ricamente adornado foi mandado construir
pelo rei Gustavo da Suécia, possuindo mais de 60 canhões
e 400 tripulandes. Deixava o porto no dia 10 de agosto de 1628, em sua
primeira viagem, quando um forte vento adernou o navio e a água
penetrou pelas portinholas dos canhões causou seu naufrágio.
Na década de 50 o navio foi localizado, sob o lodo do porto, e retirado do fundo praticamente intácto. É considerado uma das mais fantásticas operações de resgate de naufrágios da história. Hoje está aberto a visitação, permitindo não só conhecer o próprio navio e todas as peças que faziam parte do cotidiano dos marinheiros, como todo o trabalho para seu resgate, restauração e preservação. |
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O museu Våsa é totalmente dedicado à nau capitânea da marinha sueca, construída no século XVI, pelo rei Gustav Vasa (daí seu nome), durante a guerra contra a Polonia, e que naufragou apenas 20 minutos após seu lançamento, em 10 de agosto de 1628, enquanto manobrava nos fiordes e canais defronte a cidade, para espanto daqueles que presenciaram a cena. |
O museu abriga
o navio original, redescoberto pela marinha sueca na década de
50, que foi resgatado após uma espetacular operação
de içamento e recuperação, em 1961, e trabalho de
restauração que levou mais de 35 anos. Considerado o ápice
da salvatagem de bens arqueológicos submersos, o navio foi recuperado
intacto do fundo, assim como restos mortais de seus tripulantes, objetos
pessoais, e até mesmo velas e cordas, em grande parte devido às
condições ambientais locais (água fria, com pouca
movimentação.
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Naufrágio do Vasa. Ao adernar devido ao centro de gravidade elevado a água teria entrado pelas portinholas dos canhões que eram muito baixas. |
O Vasa, com as estátuas e pinturas que segundo as pesquisas ornamentavam o navio em seu lançamento. |
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A imponente proa do Vasa, tal como é vista hoje, ao adentrar o museu. |
A figura de proa de um leão. Note as parte em madeira mais clara, que indicam onde houve substituição da original. |
Foram 17 anos de trabalho somente
para dessalinizar o frágil casco, e tornar possível a sua
exposição em ar ambiente, através da lenta substituição
da água que preenchia as células de celulose da madeira por
Polietileno Glicol. Algumas exposições, que ocupam grande parte dos ambientes ao redor do navio, mostra detalhes, com dioramas em tamanho real, da operação de resgate, expondo escafandros e instrumentos originais, além de ambientes que mostram como era a vida nos navios daquele tempo, seus métodos de construção, objetos pessoais dos tripulantes (tais como canecas, cachimbos, e chapéus), dentre outras exposições. Obviamente, ao adentrar o museu, logo nos chama a atenção o imponente navio, exposto em toda a sua glória, e decorado por mais de 300 estátuas entalhadas no casco, com mastros, vigias, portas, e demais itens recuperados. Mais de 96% do que está exposto é original (as poucas partes reconstruídas foram feitas em madeira mais clara, afim de mostrar o que não é original). Consiste-se no único navio do século XVI totalmente preservado no mundo. |
A estrutura de metal sustenta o casco original do navio, que permanece em processo constante de restauração e conservação. Tubulações levam ar tratado para dentro do casco, afim de criar um microambiente estável. |
Todo o navio foi restaurado com a impregnação de polímeros (Polietileno Glicol) que substituiram a água em cada uma das células da madeira. Todos os milhões de pregos de ferro, quase desaparecidos,foram substituídos. |
Salão principal do Museu do Vasa: Logo se vê que o navio é a razão de sua existência. |
O museu foi construído em volta do local onde o navio foi ancorado após o resgate e posteriormente restaurado. |
Cada uma das portinholas dos canhões são ornamentadas com cabeças de leões entalhados. |
Na popa, uma grande quantidade de estátuas representam os Suecos em diversas vestimentas e posições sociais. |
Um detalhe curioso, que nos foi passado
pelo guia, é que 4 das estátuas entalhadas representam poloneses,
se situando abaixo dos orifícios das latrinas, para que os tripulantes
defecassem sobre suas cabeças, numa irônica alegoria sobre
as intenções suecas durante aquele período de guerra
contra a Polônia. |
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Exposições
do museu
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Piso 2 Preservação do Vasa: mostra o que aconteceu com o navio durante o período em que esteve no fundo do mar, os trabalhos de salvatagem, e o que o futuro reserva ao navio. Tripulantes e passsageiros: Histórias de pessoas que estavam embarcadas, baseadas nos esqueletos encontrados. O Estaleiro: mostra com exemplos das técnicas de construção naval utilizadas no Vasa. |
Operação de erguimento do casco do Vasa. O sistema foi preparado por escafandristas da marinha sueca, que ali instalou a escola de escafandria durante o período dos trabalhos. |
Os pontões de erquimento com o casco foram rebocados até o local onde está atualmente o museu, numa operação lenta e delicada. |
Escafandro do período dos trabalhos de resgate. |
O que mais impressiona, é
que foram realizadas reconstruções faciais absolutamente perfeitas
daquelas pessoas (chegamos a ter a impressão de serem pessoas vivas,
pois até imperfeições da pele eram vistas), e, dessa
forma, 5 tripulantes foram identificados. Outro patamar nos mostra os motivos do afundamento: Um navio muito grande, e alto, com pouco lastro, que tombou ao levar uma rajada de vento de través. Há ainda velas originais, recuperadas pelos escafandristas, reconstruídas em painéis de vidro, além de diversos objetos da vida diária dos marinheiros, como barricas de cerveja, cachimbos, canecas, taças, e roupas. Este museu permite uma visão clara, e materializada, de como era a vida nas embarcações do século XVI, sem dúvidas, uma experiência única em sua vivacidade! |
Os esqueletos de algumas vítimas localizadas no interior do naufrágio, no estágio que foram encontrados. |
Processo de reconstituição das faces das vítimas, utilizando avançados recursos forenses. |
Face recriada a partir do crânio de um dos marinheiros (vítima) do naufrágio do Vasa. |
Processo de construção dos navios na área de estaleiros de Estocolmo (Suécia). |
Corte transversal do Vasa mostrando os seis convéses e o compartimento de lastro, evidenciando como era insuficiente em relação à altura do navio. |
Grampo de madeira que fixavam as tábuas durante o processo de construção. |
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Piso 3
Piso 4
- piso de entrada |
Vasa, o maior quebra cabeça do mundo. |
Figuras de ornamento da popa, representando diversos tipos suecos. |
Castelo de popa do Vasa, com entalhes ricamente trabalhados. |
Brasão da família Vasa (a família real sueca) entalhado na popa. |
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Piso
5 Vida a bordo: Modelo em escala 1:1 do convés superior, com mostra de objetos resgatados. |
Maquete com reconstrução do cotidiano do navio, mostra as diversas fainas e ocupações do Vasa. |
Restos das velas e cabos do navio, recuperadas e conservadas. |
Sistema de tiro do convés inferior, por onde a água teria entrado, quando o navio adernou. |
Restos dos grossos cabos de cânhamo encontrados no porão do navio. |
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Piso 6 Imagens do poder: sobre o simbolismo envolvido nas imagens presentes no navio. O veleiro: mostra sobre velas, objetos e técnicas de navegação correntes no século XVII. |
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Vasa
Museum, Stockholm
Aberto diartiamente das 10 as 17 h. The Vasa Museum - Integrado ao National Maritime Museums Galärvarvsvägen 14 Box 27131 SE-102 52 Stockholm Suécia Fone: 468519548 00 [email protected] www.vasamuseet.se |
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Evandro Airton S. dos Santos. Médico oncologista, mergulhador
certificado desde 1990, e atualmente certificado como instrutor TDI/SDI,
e Assistant Instructor PADI. Apaixonado por história e naufrágios,
atualmente cursa graduação em História. |
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