A importância do condicionamento físico
e mental para a prática do mergulho
Rodrigo Nuno Peiró Correia
Professor Mestre em Educação Física pela Universidade de São Paulo – USP
Mergulhador técnico e Instrutor pela
International Association, Nitrox, and Technical Divers (IANTD)- IANTD.
  
 
O Mergulho é uma atividade técnica, porém existe a necessidade de um bom desempenho físico para ser
exercido com segurança. O Mergulho em Naufrágio exige ainda mais do corpo do mergulhador,
pois em determinados naufrágios podem existir condições de correnteza, temperatura e peso do equipamento.
Assim, desfrute dos conhecimentos do Rodrigo, uma fera no assunto e melhore seu desempenho como mergulhador.
 
Muitos mergulhadores, independente de seu nível de treinamento, apresentam dificuldades durante a prática do mergulho, tais como: fadiga muscular, frequência cardíaca acelerada, respiração ofegante, ansiedade, stress, ausência de coordenação motora e equilíbrio, concentração prejudicada. Estes problemas comuns e frequentes podem resultar em um esgotamento físico e mental do mergulhador, tornando a prática do mergulho uma tarefa árdua, ao invés de uma atividade prazerosa e gratificante.
Para tanto, se o mergulhador estiver bem condicionado fisicamente e preparado psicologicamente para o mergulho, ele poderá realizá-lo de forma mais confortável, podendo executar melhor as habilidades e procedimentos, cumprindo satisfatoriamente o planejamento realizado anteriormente. Desta forma, para que o mergulhador adquira um condicionamento físico ideal, será necessário uma avaliação médica anterior ao início da prática de atividades físicas. Posteriormente a esta avaliação e se ela fosse positiva, o mergulhador poderá iniciar o programa de condicionamento físico procurando a orientação de um profissional de Educação Física, que fará um planejamento específico respeitando a individualidade biológica e o objetivo de cada pessoa.

Através do desenvolvimento das capacidades físicas de flexibilidade, força muscular, desenvolvimento cardiorrespiratório, equilíbrio e coordenação motora, o mergulhador irá melhorar consideravelmente sua aptidão física adquirindo benefícios, como a seguir:
Melhor locomoção, deslocamento e propulsão subaquática, devido ao acréscimo da força e resistência muscular de membros inferiores;
Melhora na condição cardiovascular e respiratória, proporcionando uma circulação sanguínea mais eficiente para o transporte de oxigênio para o interior dos tecidos e adequada eliminação de nitrogênio pelos pulmões;
Diminuição do consumo de ar dos cilindros, ocasionada por melhor condição pulmonar no aproveitamento dos gases;
Aumento da flexibilidade, permitindo maior amplitude articular e de movimentos, facilitando a realização de tarefas subaquáticas;
Desenvolvimento do equilíbrio e coordenação motora para ajustes na postura para a prática correta de flutuabilidade;
Fortalecimento dos músculos dorsais e lombares, importantes na sustentação da carga apoiada nas costas pelos cilindros ou rebreathers;

  

Maior disposição e menos cansaço para a realização de mergulhos mais longos
ou repetitivos;
Prevenção de lesões nas regiões cervical, torácica e lombar da coluna vertebral, como também nas articulações dos ombros, cotovelos, punhos, joelhos e tornozelos;
Diminuir a incidência de câimbras musculares, principalmente nas panturrilhas e região posterior da coxa, muito comum em mergulhadores.
É importante destacar a necessidade da preparação mental para a realização dos mergulhos. Ela pode ser feita através de uma visualização antecipada dos procedimentos e das tarefas a serem realizadas e, para isso, é fundamental que o mergulhador se concentre e esteja atento a todas as situações, desde o início, no planejamento e na montagem dos equipamentos, bem como na execução do mergulho e na saída do ambiente aquático.
Em síntese, se pudermos conciliar o trabalho de condicionamento físico e mental aliado à prática regular do mergulho, poderemos nos tornar mergulhadores cada vez mais conscientes, responsáveis, dispostos, saudáveis e experientes.
 
 
Dicas úteis: Alongamentos básicos antes e após os mergulhos
 
Para preparar seus músculos, tendões e articulações diante de um esforço mais intenso, tome uma atitude simples e inteligente em terra firme ou no barco, que tornará seu dia de mergulho mais producente e agradável.
Alongue-se antes e após a prática do mergulho, focando os grupos musculares que serão mais exigidos
durante a atividade, seguindo os procedimentos abaixo:
  1 - De pé, de frente para um apoio, com a perna esquerda à frente e joelho flexionado. A perna direita deve estar posicionada atrás e o joelho estendido. Ambos os pés devem estar totalmente apoiados no solo e voltados para frente. Deve-se direcionar o quadril para frente, visando alongar a musculatura posterior da panturrilha. Permanecer nesta posição por 30 segundos.
Repetir o alongamento para a outra panturrilha.		  
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  2 - Sentado, o joelho esquerdo estendido e apoiado no solo, e o joelho direito flexionado de modo que a sola do pé fique próxima à região interna da coxa esquerda. Flexionar o quadril sobre a perna apoiada no solo (esquerda), segurando no tornozelo da mesma com as duas mãos. Desta forma, estará sendo alongada a musculatura da região posterior da coxa esquerda e a musculatura das regiões lombar e dorsal do lado direito da coluna vertebral. Permanecer 30 segundos nesta posição.
Repetir o procedimento para o lado oposto.		  
 
3 - Sentado, com os joelhos estendidos e apoiados no solo, pernas afastadas. Flexionar o quadril à frente com as mãos apoiadas no solo, visando o alongamento da região lombar da coluna vertebral, da musculatura posterior das coxas, como também da região interna das coxas. Aguardar 30 segundos nesta posição. 		 
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  4 - Deitado de costas, com as mãos apoiadas sobre o peito, os pés unidos de modo que a sola dos mesmos se toquem. Os joelhos devem estar flexionados de maneira que os pés fiquem o mais próximo possível do corpo. Direcionar os dois joelhos para baixo aproximando-os do solo, visando alongar a musculatura da região interna das coxas. Permanecer 30 segundos nesta posição.  

5 - Sentado, o joelho esquerdo estendido e apoiado no solo, o joelho direito flexionado e cruzado por cima da perna esquerda. O pé da perna direita deve estar totalmente apoiado no solo e o pé da perna esquerda deve estar relaxado. Deve-se girar o tronco no sentido da perna direita, apoiando a mão direita no solo atrás do corpo. O cotovelo esquerdo deve estar apoiado no joelho direito, direcionando-o para o lado contrário ao do giro. O olhar deve ser dirigido para trás em uma linha paralela ao solo. Desta maneira, a região glútea direita será alongada. Repetir o procedimento para o lado oposto. Aguardar 30 segundos nesta posição.		  
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Rodrigo Nuno Peiró Correia
Contato pelo e-mail: [email protected]
 
 
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